O que pode uma pesquisa em Educação Matemática que faz ecoar as narrativas que produz?

  • Endrika Leal Soares Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS
  • Vivian Nantes Muniz Franco Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS
  • Luzia Aparecida de Souza Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS
Palavras-chave: História Oral, Narrativa, Educação Matemática

Resumo

Fundamentando-nos em princípios e procedimentos da História Oral como metodologia de pesquisa, temos buscado em nossos trabalhos distintos exercícios que dialogam com interlocutores com os quais ainda não havíamos estabelecido situações de entrevistas. Aqui, abordamos a discussão a partir de dois trabalhos, em um deles foram produzidas entrevistas com adultos analfabetos, visando inicialmente compreender estratégias matemáticas cotidianas e, no outro, estabeleceu-se uma interlocução com crianças de 4 e 5 anos, que frequentam a Educação Infantil, buscando olhar para noções sobre escola e matemática por elas constituídas. O grupo História da Educação Matemática em Pesquisa (HEMEP), do qual fazemos parte, tem trabalhado com História Oral desde 2011 em distintos exercícios de investigação.  A cada projeto, uma comunidade se estabelece como interlocutora, e nesse movimento algumas problematizações acerca da construção e mobilização de fontes orais são possíveis. Neste texto, discutimos alguns dos aspectos teóricos e metodológicos que permeiam a produção de fontes dessa natureza.

Referências

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Publicado
2019-12-21
Como Citar
ENDRIKA LEAL SOARES, E. L. S.; VIVIAN NANTES MUNIZ FRANCO, V. N. M. F.; LUZIA APARECIDA DE SOUZA, L. A. DE S. O que pode uma pesquisa em Educação Matemática que faz ecoar as narrativas que produz?. Perspectivas da Educação Matemática, v. 12, n. 29, p. 413-426, 21 dez. 2019.
Seção
História Oral e Educação Matemática