In-fante e Profanação do Dispositivo da Aprendizagem Matemática

  • Claudia Regina Flores Universidade Federal de Santa Catarina

Resumen

Este artigo é um exercício analítico acerca do alargamento do sentido de aprender matemática, fazendo-o em dois gestos: um diagnóstico sobre o que faz um dispositivo da aprendizagem matemática e, uma experimentação de uma exposição cubista para reinterpretar o ensino da matemática. Num ato in-fante e problematizador, pesquisador, professor e estudante voltam a seu estado de infância, desaprendem velhas fórmulas para pesquisar, ensinar e aprender matemática, o que leva à profanação do dispositivo da aprendizagem matemática.

Citas

AGAMBEN, G. Ideia da prosa. Edições Cotovia: Lisboa, 1999.

__________. Infância e História. Destruição da Experiência e Origem da História. Editora UFMG, 2005.

__________. Profanações. Boitempo: São Paulo, 2007.

__________. O que é um dispositivo? In O que é o contemporâneo e outros ensaios. AGAMBEN, G. Argos Editora: Chapecó, 2009.

__________. Arqueologia da Obra de Arte. In: Princípios Revista de Filosofia. Natal (RN), v. 20, n. 34, p. 349-361, 2013.

BENJAMIN, W. A Capacidade Mimética. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1970.

__________. Rua de Mão Única. Obras escolhidas, vol. 2. São Paulo: Brasiliense, 1987.

__________. Magia e técnica, arte e política. Obras escolhidas, vol.1. São Paulo: Editora Brasiliense, 1996.

BIESTA, G. Against learn- ing. Reclaiming a language for education in an age of learning. Nordisk Pedagogik, vol. 25, pp. 54–66. Oslo, 2005.

BOISTRUP, L. B. Assessment in mathematics education: a gatekeeping dispositive. In: The disorder of mathematics education. Challengin the sociopolitical dimension of research. STRACHLER-POHL, H; BOHLMANN, N; PAIS, A. (Editors). Switzerland: Springer, 2017.

BRAIDA, C. A forma e o sentido da frase ‘Isso é arte’. In BRAIDA, C. R.; DRUCKER, C. P.; BARBOZA, J. [org.]. Café filosófico: estética e filosofia da arte. Florianópolis, Editora da ufsc, 2014, p. 23-56.

BRASSAI, G. Conversations with Picasso. Trad. Jane Marie Todd. Chicago: The University of Chicago Press. 1999.

FLORES, C. R. Entre Kandinsky, crianças e corpo: Um exercício de uma pedagogia pobre. Zetetiké, Campinas, v. 23, n. 43, p. 237-252, 2015.

FOUCAULT, M. A Arqueologia do Saber. 7a ed., Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2009.

__________. O Governo de Si e dos Outros. Curso no Collége de France (1982-1983). São Paulo: Martins Fontes, 2010.

FRANCISCO, B. M; FLORES, C. R. Re-tra-tos de crianças: experiências e de-formações do pensamento em cena. Revista Educação & Fronteiras on-line, v. 6, n. 17, 2016.

FRANCISCO, B. M. Um Oficinar-de Experiências que Pensa com Crianças: matemáticas-cubistas, formas brincantes e ex-posições. 259 p. Dissertação (Mestrado em Educação Científica e Tecnológica). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2017. MASSCHELEIN, J. E-ducando o olhar: a necessidade de uma pedagogia pobre. Educação e Realidade. São Paulo, v. 33, n.1, p. 35-48, jan/jun. 2008.

__________. The idea of critical e-ducational research – E-ducating the gaze and inviting to go walking. In: Ilan Gur-Ze´ev (Ed.). The possibility/Impossibility of a New Critical Language Education, p. 275-291. Illinois, USA: Sense Publishers, 2010.

MASSCHELEIN, J.; SIMONS, M. The Hatred of Public Schooling: the school as the mark of democracy. Educational Philosophy and Theory, vol. 42, nos. 5–6, p. 692 666, 2010.

___________. A pedagogia, a democracia, a escola. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2014.

MONTECINO, A. The mathematics teacher’s quasi-Darwianism. Problematizing the mathematics education research. Paper presented at the 10th Congress of European Research in Mathematics Education (CERME 10), Dublin, Ireland, 2017.

NANCY. J. L. L’intrus. Galilée: Paris, 2002.

PAIS, A. The narcissism of mathematics education. In: The disorder of mathematics education. Challengin the sociopolitical dimension of research. STRACHLER-POHL, H; BOHLMANN, N; PAIS, A. (Editors). Switzerland: Springer, 2017.

RANCIÈRE, J. A partilha do sensível. Estética e política. São Paulo: EXO; Editora 34, 2009.

RILKE, R. M. Cartas do poeta sobre a vida. São Paulo: M. Fontes, 2007.

SCHÉRER, R. Aprender com Deleuze. Educação e Sociedade, Campinas, vol. 26, n.93, p. 1183-1194, 2005.

SIMONS, M.; MASSCHELEIN, J. Sociedade da Aprendizagem e da Governamentabilidade. Currículo sem Fronteiras, v.11, n.1, pp.121-136, 2011.

SKLIAR, C. O ensinar enquanto travessia: linguagens, leituras, escritas e alteridades para uma poética da educação. Salvador: EDUFBA, 2014.

VALERO, P. Discourses of power in mathematics education research: concepts and possibilities for action. PNA 2 (2), p. 43-60, 2008.

VALERO, P. Mathematics for all and the promise of a bright future. Paper presented at the 8th Congress of European Research in Mathematics Education (CERME 8), Antalya, Turkey, 2013.

Publicado
2017-06-11
Cómo citar
FLORES, C. R. In-fante e Profanação do Dispositivo da Aprendizagem Matemática. Perspectivas da Educação Matemática, v. 10, n. 22, 11 jun. 2017.
Sección
Foucault, Deleuze e Educação Matemática