Etnomatemática Direcionada ao Ensino de Estudantes com Paralisia Cerebral

Resumo

Este artigo aborda a questão da Paralisia Cerebral e as diferentes formas de matematizar. O objetivo
é refletir e discutir, a partir de uma abordagem Etnomatemática, sobre as formas de matematizar, as
distintas estratégias utilizadas por estudantes com Paralisia Cerebral e o reconhecimento dessas
formas pelo professor. Trata-se de um ensaio teórico que discute e articula as diferentes perspectivas
de autores considerados pilares em alguns dos temas: inclusão; Paralisia Cerebral; diversidade;
equidade; alteridade; Etnomatemática. As confluências evidenciam que existem diferentes formas de
comunicação em Matemática e que algumas delas devem ser mais utilizadas por estudantes com
Paralisia Cerebral, visto que a escrita matemática não é acessível a todos. Nesse sentido, uma
abordagem Etnomatemática mostra-se adequada para trazer à tona e valorizar as diferentes
estratégias criadas por estudantes que possuem limitações motoras, favorecendo uma Matemática
Humanista. A Etnomatemática, por meio do movimento de contraconduta, contesta algumas das
bases estruturais do campo acadêmico da Matemática, e inspira a necessidade de repensar as
formas de ensinar e aprender, redimensionando a perspectiva educacional constituída e se
associando ao surgimento de escolas mais inclusivas. Articula-se no decorrer do texto, inclusive
sobre as diferenças entre integração e inclusão apontando que não é suficiente somente integrar o
estudante na instituição escolar, para que a inclusão efetivamente ocorra, a escola precisa se adaptar
para receber o estudante, propondo ações visando melhorias de acessibilidade, rompendo
paradigmas capacitistas, concretizando a igualdade de oportunidades a todos, respeitando o
processo de equidade, consequentemente promovendo a alteridade cultural e social.