DA AÇÃO À CONDIÇÃO

o condicionamento humano e a alienação moderna em Hannah Arendt

Résumé

Na obra A Condição Humana (1958), Hannah Arendt estabelece como questão fulcral o que estamos fazendo? Ela não propõe uma resposta, mas uma reconsideração da própria condição humana sob o ponto de vista da experiência moderna. A obra tem um “duplo voo”: da terra para o espaço e do mundo para dentro do ser humano. O diagnóstico: com o desaparecimento do espaço público, a esfera política se fragilizou, e a autora indica que uma nova esfera surgiu, a do social. A atividade política passou a ser considerada uma atividade como qualquer outra, isto é, passou a ter o status de mera atividade voltada para a necessidade e a manutenção da própria vida humana, e a atividade do trabalho [labor] assumiu sua posição. Nesse sentido, o ser humano passa a ser visto como um animal laborans, um indivíduo que trabalha para garantir o sustento, e cuja condição primária se reafirma cada vez mais como um processo biológico, ou seja, volta-se exclusivamente para a sua sobrevivência e para o consumo dos desejos do seu corpo. Essa figura se torna o paradigma da era moderna. Consequentemente, o domínio privado expande-se e há uma exacerbação desse domínio no público. O prognóstico, portanto, é que vivemos em uma sociedade de operários, posto que na virada do século XVII para o XVIII os valores foram subvertidos; o que passa a definir o ser humano enquanto humano é a atividade do trabalho.

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Biographie de l'auteur

Jade Oliveira Chaia, Universidade Católica Dom Bosco / Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Mestranda em Desenvolvimento Local pelo Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Local da Universidade Católica Dom Bosco (2020/). Graduanda no curso de Licenciatura em Filosofia pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2021/). Graduada no curso de Bacharelado em Filosofia pela Universidade de Brasília (2016/2021 - período de interrupção 2019/2020). Graduada em Direito pela Universidade Católica Dom Bosco (2010/2014).

Références

ARENDT, Hannah. The human condition. Introduction by Margaret Canovan. — 2nd ed. Originally published: Chicago: University of Chicago Press, 1998.

ARENDT, Hannah. Origens do totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

ARENDT, Hannah. A condição humana. Tradução Roberto Raposo. Revisão técnica e apresentação Adriano Correia. 12ª edição. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2016.

CORRÊA FERNANDES, I. N. SILÊNCIO E SOLIDÃO: ALGUMAS QUESTÕES SOBRE FILOSOFIA MORAL EM HANNAH ARENDT. PÓLEMOS – Revista de Estudantes de Filosofia da Universidade de Brasília, [S. l.], v. 8, n. 15, p. 149–162, 2019. DOI: 10.26512/pl.v8i15.23877. Disponível em: https://periodicos.unb.br/index.php/polemos/article/view/23877. Acesso em: 23 out. 2021.

CORREIA, Adriano. Hannah Arendt e a modernidade: política, economia e a disputa por uma fronteira. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2014.

HAYDEN, Patrick. Hannah Arendt: conceitos fundamentais. Petrópolis: Vozes, 2020.

TELES, Edson. Ação política em Hannah Arendt. São Paulo: Almedina, 2019.

Publiée
2021-09-14
Rubrique
Artigos

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