O DIREITO À LITERATURA: “sonho acordado” das civilizações

  • Fabiane Aparecida Pereira Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)
Palavras-chave: Literatura. Direito. Direitos Humanos.

Resumo

Este artigo foi desenvolvido a partir da análise da metáfora da literatura como “sonho acordado”, exposta no texto “O direito à Literatura”, presente na obra “Vários Escritos”, de Antônio Cândido. Sob a perspectiva desta metáfora, propõe-se, neste trabalho, um debate sobre os conceitos de literatura e direito e sobre como o chamado “universo fabulado” da literatura provém os indivíduos de instrução, educação e inclusão social. Analisando-se os deslizamentos da metáfora no texto, sua historicidade e condições de produção, objetiva-se desenvolver uma análise e reflexão sobre o papel (trans)formador da literatura e sua condição de necessidade universal. Através do caráter fabuloso, a literatura institui-se como meio de experiência e vivência, como instrumento de humanização e como transfiguração da vida, pois é produto da própria sociedade, deste modo, pode ser vista como um direito indispensável ao homem, pois o conduz ao autoconhecimento e ao entendimento do outro, assim como permite que seus sonhos sejam concretizados por meio das palavras.

Biografia do Autor

Fabiane Aparecida Pereira, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)
Mestranda em Estudos Linguísticos na linha de pesquisa Práticas Discursivas e Subjetividades pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). Graduada em Letras Inglês/Português pela Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC), Campus de Joaçaba. Graduada em Letras Espanhol pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Referências

BORGES, J. L. O Informe de Brodie. Porto Alegre: Globo, 1970.

BRASIL. Ministério da Educação. Orientações curriculares para o ensino médio: linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria da Educação Básica, 2006.

CÂNDIDO, A. O direito à literatura. In: CÂNDIDO, A. Vários escritos. São Paulo: Duas Cidades, 1988.

CÂNDIDO, A. Vários escritos. 3. ed. São Paulo: Duas Cidades, 1995.

COMPAGNON, A. Literatura para quê?Tradução de Laura Taddei Brandini. Belo Horizonte: Ed. da UFMG, 2009.

FERREIRA, A. B. de H. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 3. ed. rev. e atual. Curitiba: Positivo, 2004.

LOPEZ, T. A. A literatura como direito. Literatura e Sociedade, São Paulo, n. 11, p. 216-219, jun. 2009.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA EDUCAÇÃO, A CIÊNCIA E A CULTURA (ONU). Declaração Universal dos Direitos Humanos. Adotada e proclamada pela resolução 217 A (III) da Assembléia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948.

ORLANDI, E. P. Análise de Discurso: princípios e procedimentos. 8. ed. Campinas: Pontes, 2009. 100p.

PIGLIA, R. O último conto de Borges. In: PIGLIA, R. Formas Breves. 2 ed. Barcelona: Anagrama, 2004.

TZVETAN, T. A literatura em perigo. Rio de janeiro: DIFEL, 2009.

Publicado
2016-12-31
Seção
ENSINO DE LÍNGUAS, SEMIÓTICA, SEMÂNTICA, SINTAXE - ARTIGOS