O DIREITO À LITERATURA: “sonho acordado” das civilizações
Resumo
Este artigo foi desenvolvido a partir da análise da metáfora da literatura como “sonho acordado”, exposta no texto “O direito à Literatura”, presente na obra “Vários Escritos”, de Antônio Cândido. Sob a perspectiva desta metáfora, propõe-se, neste trabalho, um debate sobre os conceitos de literatura e direito e sobre como o chamado “universo fabulado” da literatura provém os indivíduos de instrução, educação e inclusão social. Analisando-se os deslizamentos da metáfora no texto, sua historicidade e condições de produção, objetiva-se desenvolver uma análise e reflexão sobre o papel (trans)formador da literatura e sua condição de necessidade universal. Através do caráter fabuloso, a literatura institui-se como meio de experiência e vivência, como instrumento de humanização e como transfiguração da vida, pois é produto da própria sociedade, deste modo, pode ser vista como um direito indispensável ao homem, pois o conduz ao autoconhecimento e ao entendimento do outro, assim como permite que seus sonhos sejam concretizados por meio das palavras.Referências
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