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Estilística: a expressividade em cenav. 11 n. 1 (2024)
Com raízes na Retórica e na Poética Clássica, a Estilística consolida-se, no início do século XX, com os estudos pioneiros de Charles Bally, cujo propósito era a observação dos aspectos afetivos da linguagem. Ao lado da Estilística da língua, concebida por ele, surge a Estilística literária - proposta por Spitzer -, dedicando-se aos aspectos expressivos de estilos individuais. À princípio, os estudos estilísticos fixaram-se nesses dois campos, no entanto, com o surgimento das pesquisas textuais-discursivas, acabaram se ramificando em diversas vertentes, recebendo significativas contribuições que favoreceram o reposicionamento da disciplina no cerne das ciências da linguagem. Seus domínios foram alargados; seu olhar, antes limitado, de modo geral, ao enunciado, voltou-se também para a enunciação e o discurso, permitindo diálogos com a Análise do Discurso, a Linguística Textual, a Semiótica, a Semântica, a Pragmática, a Retórica Moderna. Considerando o percurso da disciplina – vinculada à Linguística - e suas interfaces, é possível pensar em Estilísticas, no plural, que, em comum, buscam entender a expressividade das escolhas linguístico-discursivas para o enunciado, tentado compreender também as teias estabelecidas na interação entre enunciadores e enunciatários nos mais diversos contextos de produção. Essa pluralidade de enfoques é acolhida por este dossiê, que espera contar com artigos que demonstrem a vitalidade da Estilística e seus diálogos possíveis.
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Fantástico tradicional x fantástico modernov. 10 n. 2 (2023)
Dentre os vários aspectos teóricos relacionados com a literatura fantástica, merece destaque a oposição estabelecida entre o fantástico “tradicional” e o “moderno”, entendendo-se aqui o “tradicional” como o gênero formulado por Tzvetan Todorov, em sua Introdução à literatura fantástica. Segundo Todorov, em seu célebre estudo publicado pela primeira vez em 1970, o fantástico é a hesitação a respeito do caráter sobrenatural ou não de um acontecimento extraordinário, ocorrido em um mundo ficcional semelhante ao nosso. Nesse sentido, a narrativa fantástica pressupõe um realismo e um acontecimento que (aparentemente ou não) transgride as leis do mundo realista. E, sendo assim, o gênero se constitui como uma forma de oposição ao Realismo/Naturalismo do século XIX. Já no século seguinte, com A metamorfose, de Franz Kafka, a narrativa do sobrenatural teria se transformado em algo completamente diferente do gênero formulado por Todorov. Isso se daria, para o crítico búlgaro, porque, dentre outros motivos, a Psicanálise teria colocado em xeque os pressupostos positivistas, nos quais o Realismo se fundamenta. E, desse modo, Todorov considera que a literatura fantástica sobrevive apenas até o final do século XIX. Ora, mas muitos são os autores que discordam de Todorov nesse aspecto e procuram discutir os rumos que a literatura fantástica teria tomado a partir do século XX. Dentre eles, podemos citar, por exemplo: Jaime Alazraki, Irène Bessière, Remo Ceserani, Davi Roas, Rosemary Jackson, etc. Considerando essa questão, o presente dossiê temático se propõe a discutir, do ponto de vista teórico ou a partir da análise crítica de textos literários específicos, as caraterísticas do fantástico moderno, em oposição ao tradicional.
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Sociolínguística e análise do discurso: interfaces possíveis no ensino e na pesquisav. 10 n. n.1 (2023)
Neste número a Revista Primeira Escrita volta-se para duas Teorias Linguísticas, especificamente a Sociolinguística e a Análise do Discurso, no sentido de acolher estudos que versem sobre as possíveis interfaces entre essas perspectivas teórico-metodológicas no âmbito do ensino e da pesquisa.
De uma parte, a Sociolinguística enfatiza que o comportamento linguístico e sociocultural são marcados pela heterogeneidade, sendo que a diversidade linguística apresenta sistematicidade e dinamicidade, assim como a sociedade que é complexa e multifacetada. Nesse sentido, essa teoria, ao estudar a língua, leva em consideração os elementos da cultura e da sociedade da qual ela é parte constitutiva e constituinte.
De outra parte, a Análise de Discurso trabalha com o sentido, entendendo-o como efeitos de sentido entre interlocutores, mostrando o seu funcionamento na intersecção entre linguagem, ideologia e história nas mais diversas materialidades discursivas.
Assim, este dossiê procura congregar trabalhos e pesquisas nas áreas dos Estudos Linguísticos e Literários, no sentido de apresentar discussões numa abordagem interdisciplinar, com base na Sociolinguística e na Análise do Discurso, bem como nas suas interfaces.
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Repensando a educação linguística a partir das metodologias ativas e dos letramentosv. 9 n. 02 (2022)
As Metodologias Ativas para o Ensino e Aprendizagem vêm emergindo com cada vez mais força nos campos de pesquisa da Linguística Aplicada, dos Estudos Literários e da Educação. Essas propostas constatam o interesse em congregar estudos compatíveis com a ideia de repensar a educação linguística a partir de metodologias ativas e letramentos, questão fundamentada no objetivo comum de professores e pesquisadores em tentar estabelecer, sob um ponto de vista teórico-metodológico, uma série de propostas ligadas aos processos cognitivos e instrucionais sobre o ensino da linguagem na contemporaneidade.
A relevância de trabalhos desenvolvidos a partir das metodologias ativas e dos estudos de letramentos refletem uma mudança nas praxeologias contemporâneas, marcadas pela mediação tecnológica e pela relação complexa com a recepção - instâncias que não podem ser elaboradas sem um viés crítico. Esse quadro geral expõe um campo de pensamento dedicado ao limiar entre teoria e prática, abrindo espaço para a germinação de novas práticas de linguagem que possibilitem aos alunos a condição de assumir o papel de protagonistas de sua aprendizagem.
Organizadores do dossiê:
Vinícius Oliveira de Oliveira (UFMS-CPAQ)
Felipe Lima (UFMS-CPAQ)
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DISCURSO E ARGUMENTAÇÃO EM TEMPOS DE PANDEMIAv. 9 n. 1 (2022)
Consideramos a pandemia de Covid-19, causada pelo vírus SARS-CoV 2 ou novo coronavírus, que aflige o mundo desde o final de 2019 e o Brasil, oficialmente, a partir de março de 2020, como um acontecimento discursivo, cujos sentidos emergem das materialidades discursivas em relação com a história e com o acontecimento. Partindo deste pressuposto, são acolhidos neste dossiê estudos acerca da pandemia de Covid-19 desenvolvidos à luz da análise do discurso (em quaisquer das suas correntes ou perspectivas) e das teorias da argumentação, ou que promovam a aproximação entre os dois campos de estudo, para a compreensão do modo como os discursos (cotidianos, acadêmicos, científicos, midiáticos, políticos etc.) sobre o contexto ocasionado pelo coronavírus funcionam e se constituem nas condições de produção dadas.
O objetivo deste dossiê é congregar trabalhos ou resultados de pesquisas atualizados no campo dos estudos da linguagem, redigidos em português, inglês, espanhol ou francês, sobre a pandemia de Covid-19, a fim de adensar a discussão sobre a temática, assim como difundir reflexões interdisciplinares, a partir das muitas interfaces propiciadas pelos campos de estudo norteadores deste dossiê.
Organizadores:
Profa.Dra. Carla Severiano de Carvalho (UNEB)
Profa.Dra. Geisa Fróes de Freitas (IFBA)
Prof. Dr. Jocenilson Ribeiro (UFS) -
ESTUDOS LITERÁRIOS COMPARADOS - LETRAS HISPÂNICAS E SUAS INTERCONEXÕES COM AS ARTES EM GERALv. 8 n. 2 (2021)
A Revista Primeira Escrita é uma publicação dos Cursos de Letras da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, câmpus de Aquidauana.
O número dedica-se à publicações de textos relacionados aos estudos literário comparados entre letras hispânicas e suas interconexções com as artes em geral.
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Dossiê "A Educação Linguística no Brasil"v. 8 n. 1 (2021)
Entendemos por educação linguística o conjunto de fatores socioculturais que, durante toda a vida de um indivíduo, “lhe possibilitam adquirir, desenvolver e ampliar o conhecimento de/sobre sua língua materna, de/sobre outras línguas, sobre a linguagem de um modo mais geral e sobre todos os demais sistemas semióticos” (BAGNO; RANGEL, 2005). Desses saberes, evidentemente, também fazem parte as crenças, superstições, representações, mitos e preconceitos que circulam na sociedade em torno da língua/linguagem e que compõem o que se pode chamar de imaginário linguístico ou de ideologia linguística. Inclui-se também, na educação linguística, o aprendizado das normas de comportamento linguístico que regem a vida dos diversos grupos sociais, cada vez mais amplos e variados, em que o indivíduo se insere. Nessa perspectiva, portanto, este dossiê contempla trabalhos que tratam sobre as diferentes políticas oficiais de ensino que vêm gerando um acervo de reflexões teóricas, consolidadas em documentos da natureza diversa (leis, diretrizes, referenciais curriculares, princípios e critérios para avaliação de livros didáticos etc.), aliadas a ações efetivas de intervenção nas práticas pedagógicas (exames de avaliação do ensino fundamental e médio, sistemas de avaliação de cursos superiores, programas de avaliação do livro didático, programas de formação docente etc.).
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Dossiê "Desdobramentos da Literatura Contemporânea"v. 7 n. 2 (2020)Na atualidade, os estudos literários contemplam os mais variados aspectos, procurando dar conta da multiplicidade de meios e linguagens da literatura contemporânea. Considerando isso, esta edição da Revista Primeira Escrita apresenta artigos que discutem e exploram aspectos importantes da literatura contemporânea, inclusive abordando aspectos relacionados ao meio digital, um dos mais explorados pelos novos escritores.
Os editores deste número foram o Prof. Dr. José Alonso Torres Freire e a Prof. Dra. Rejane Cristina Rocha. -
DOSSIÊ DIALETOLOGIA E GEOLINGUÍSTICA – PRINCÍPIOS, ABORDAGENS E RESULTADOSn. 6 (2019)A língua é um objeto cultural e, por isso, também revela particularidades inerentes às sociedades em que se insere, tanto no que se refere ao léxico quanto a aspectos fonético-fonológicos, morfossintáticos e prosódicos. Nesse cenário, este número da PRIMEIRA ESCRITA tem como objetivo acolher estudos dialetológicos e geolinguísticos que se ocupam do estudo da variação linguística sob diferentes perspectivas, a depender dos objetivos da pesquisa, bem como se relacionam a outras áreas do saber. Abordagens: Variação linguística Dialetologia e Geolinguística: interfaces Dialetologia pluridimensional e relacional Dialetologia perceptual Dialetologia e ensino Dialetologia e Lexicografia Dialetometria
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Revista Primeira Escritan. 5 (2018)Este número dedica-se à publicação de textos referentes a trabalhos apresentados no I Seminário Nacional de Línguas e Linguagens da UFMS/CPAQ
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Revista Primeira Escritan. 3 (2016)Terceira edição da Revista Primeira Escrita, uma publicação do Curso de Letras da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus Aquidauana. Seu objetivo é a publicação de textos inéditos de graduandos e graduados em Letras, de qualquer instituição de ensino do país. ISSN 2359-0335 (Publicação online) REVISTA PRIMEIRA ESCRITA, Aquidauana, n. 3, p. 1-225, dez. 2016.
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Revista Primeira Escritan. 2 (2015)Segunda edição da Revista Primeira Escrita, uma publicação do Curso de Letras da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus Aquidauana. Seu objetivo é a publicação de textos inéditos de graduandos e graduados em Letras, de qualquer instituição de ensino do país. ISSN 2359-0335 (Publicação online) REVISTA PRIMEIRA ESCRITA, Aquidauana, n. 2, p. 1-176, dez. 2015.
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Revista Primeira Escritan. 1 (2014)Primeira edição da Revista Primeira Escrita, uma publicação do Curso de Letras da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campus Aquidauana. Seu objetivo é a publicação de textos inéditos de graduandos e graduados em Letras, de qualquer instituição de ensino do país. ISSN 2359-0335 (Publicação online) REVISTA PRIMEIRA ESCRITA, Aquidauana, n. 1, p. 1-174, nov. 2014.