O devido uso da lusitana língua
paródia e pensamento poético no estilo de Ibéria, de Alonso Jr.
Resumo
O presente artigo tem por objetivo mostrar como se realizam duas vertentes expressivas do estilo de Alonso Jr. (2023) em seu livro de poesia Ibéria, são elas: a parodística, e sua inter-relação com a carnavalização, e o pensamento poético da obra. A primeira seção busca apresentar como se desenvolve o efeito da paródia e como ele se faz importante para a construção de um estilo carnavalizado, jungindo os acontecimentos dos feitos das grandes navegações, ao dialogar/parodiar textos de Gil Vicente e Camões, por exemplo, em meio a outros jogos intertextuais, como em Drummond e Pessoa. Isso conduziu o estudo ao pensamento poético da obra (segunda seção deste artigo) através da série de poemas “Diário filosófico de bordo”, de vez que nesta série o poeta, por meio de sua expressividade, dialoga com os estilo e ideário medieval que alicerçam sua obra, mas sem deixar de fora o contemporâneo por meio de intertextos e apropriações de poemas de Ungaretti. Além dos escritores citados, o artigo traz para o diálogo, em fomento à discussão a respeito da expressividade literária, Bakhtin (1987; 2011), Staiger (1969), Braida (2014), Friedrich (1978), dentre outros. Assim, nota-se em Ibéria uma preocupação em pensar e questionar tanto as consequências das grandes navegações e uma identidade ibérica quanto, quase que paradoxalmente, recolocar a poesia e o uso da língua ao labor da própria poesia.
Referências
ANDRADE, Carlos Drummond de. Claro enigma. Rio de Janeiro: Record,1998.
BAKHTIN, Mikhail. A cultura popular na Idade Média e no Renascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo: Hucitec, 1987.
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BRAIDA, Celso. A forma e o sentido da frase “Isso é Arte”. In: BRAIDA, Celso; DRUCKER, Claudia; BARBOZA, Jair. (org.). Café filosófico: Estética e Filosofia da Arte. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2014. p. 23-56.
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PESSOA, Fernando. Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2004.
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