A representação léxico-estilística da infância em "O amor dos homens avulsos", de Victor Heringer
Resumo
O artigo investiga como a infância, no romance "O Amor dos Homens Avulsos", é representada por meio de processos de estilo. A infância não apenas permeia o enredo, mas assume um papel formal no romance, evidenciado pela estilização do modo de pensar, agir e se expressar das crianças. Utilizando como pressuposto teórico-metodológico a abordagem da estilística estrutural desenvolvida por Riffaterre (1971; 1989), a análise foca em procedimentos estilísticos lexicais, morfológicos e fonológicos presentes no romance, examinando três trechos para elucidar como o potencial expressivo desses recursos se concretiza no texto, gerando diferentes efeitos de sentido. Os processos estilísticos analisados são: criação onomatopaica, neologismos sintáticos e o uso de palavras formadas com sufixo diminutivo. Com base nos estudos de Riffaterre (1989), Cressot (1963), Cardoso (2013; 2018) e Gonçalves (2016) sobre a expressividade de recursos lexicais e morfológicos em textos literários, o artigo busca demonstrar que os procedimentos estilísticos usados por Heringer (2016) resultam na criação de uma ambientação lúdica para as cenas e na emulação da fala infantil, caracterizada pela recursividade, criatividade lexical e pela motivação dos signos, conforme apontam Moreira (2022) e Cressot (1963).
Referências
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