Cavando a cova: análise microestrutural da cena dos coveiros de Hamlet

  • Tiago Marques Luiz UFSC
Palavras-chave: Tradução de Humor. Análise Microestrutural. Cena dos Coveiros.

Resumo

Traduzir o humor de Shakespeare apresenta diferentes desafios, mas principalmente linguísticos, temporais e culturais. Devido a um grande número de trocadilhos nas peças de Shakespeare, mesmo em suas tragédias, transpor todos os trocadilhos em outra língua, sem perder algumas de suas qualidades, como significado, estrutura e efeito cômico, é impossível. Como recorte de uma pesquisa de Mestrado, o presente artigo apresenta uma análise descritivo-comparativa do humor shakespeariano de um trecho da cena dos coveiros da peça A tragédia de Hamlet: príncipe da Dinamarca(2005) pelo nível microestrutural do modelo descritivo proposto por José Lambert e Hendrik Van Gorp (2011), agregando a Teoria Geral do Humor Verbal de Salvatore Attardo (2002). Para tanto, lançamos mão sobre a problemática da tradução de humor proposta por Jeremy Munday (2009), a presença da comédia em peças trágicas de Shakespeare, teorizada por Arthur Nason (1906) e as características cômicas presentes em Shakespeare por Laurie Rozakis (2002).

Biografia do Autor

Tiago Marques Luiz, UFSC
Possui graduação em Letras Licenciatura/Habilitação Português/Inglês pela Universidade Federal da Grande Dourados (2009), especialização em Tradução de Inglês pela Universidade Gama Filho (2011) e Mestrado em Estudos da Tradução pela Universidade Federal de Santa Catarina (2013). Atualmente é professor de língua inglesa no Centro de Línguas da Universidade Federal da Grande Dourados e Editor da Seção de Linguística e Linguística Aplicada da Revista Raído.

Referências

ARAÚJO, A. R. G.; LEANDRO, M. C. X; BARBOSA, T. V. R. As dificuldades de traduzir para teatro: o prólogo das Eumênides de Ésquilo. Cadernos de Tradução, Florianópolis, v. 2, n. 20, p. 101-124, 2007.

ATTARDO, S. Translation and Humour: An Approach Based on the General Theory of Verbal Humour (GTVH). In: VANDAELE, J. (Ed.). Translating Humour, Manchester, v. 8, n. 2, p. 173-194, 2002. Special Issue.

BARANCZAK, S. How to Translate Shakespeare's Humor?: (Reflections of a Polish Translator). Performing Arts Journal, v. 14, n 3, p. 70-89, 1992.

BASSNETT, S. Estudos de tradução. Tradução de Sônia Terezinha Gehring, Letícia Vasconcellos Abreu e Paula Azambuja Rossato Antinolfi. Porto Alegre: Ed. da UFRGS, 2005.

BERRY, P. Hamlet's Ear. In: LEE, M. Shakespearean Criticism, Gale Cengage, v. 42, 1999. Disponível em: < http://www.enotes.com/topics/hamlet/critical-essays/hamlets-ear >. Acesso em: 28 ago. 2013.

BUENO, F. S. Minidicionário: inglês-português, português-inglês. São Paulo: FTD, 2007.

CRYSTAL, D.; CRYSTAL, B. Shakespeare’s Words: A Glossary and Language Companion. London: Penguin, 2002.

IRONY. In: OXFORD UNIVERSITY PRESS. Oxford Dictionaries. Language matters. [Online]. Disponível em: < http://www.oxforddictionaries.com/us/definition/american_ english/irony?q=irony >. Acesso em: 28 ago. 2013.

LAMBERT, J.; VAN-GORP, H. Sobre a descrição de traduções. Tradução de Lincoln Paulo Fernandes e Marie-Hèlene Catherine Torres. In: GUERINI, A.; TORRES, M. H. C.; COSTA, W. (Orgs.). Literatura e Tradução: Textos selecionados de José Lambert. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2011. p. 197-212.

LIBERATTI, E. Legendação de séries humorísticas: um estudo da tradução do humor na série americana Friends. 2009. 54 f. Monografia (Especialização em Língua Inglesa). Centro de Letras e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Londrina, 2009.

MARINETTI, C. The limits of the play text: Translating Comedy. New Voices in Translation Studies, v. 1, p. 31-42, 2005.

MUNDAY, J. The Routledge Companion to Translation Studies. London and New York: Routdlege, 2009.

ORING, E. Parsing the Joke: The General Theory of Verbal Humor and appropriate incongruity. HUMOR: International Journal of Humor Research, v. 24, n. 2, p. 203-222, 2011.

ORTIGOZA, A. F.; DURAO, A. B. A. B. A concepção do ato de traduzir no Renascimento espanhol. In-Traduções, Florianópolis, v. 3, n. 5, p. 27-36, 2011.

OXFORD UNIVERSITY PRESS. Oxford English Dictionary. [Online]. Disponível em: < http://www.oed.com/ >. Acesso em: 5 set. 2013.

PAVIS, P. O teatro no cruzamento de culturas. Tradução de Nanci Fernandes. São Paulo: Perspectiva, 2008.

RIBEIRO, M. Há 400 anos, o fogo consumia o teatro de Shakespeare em Londres. 29 jun. 2013. [Online]. Disponível em: < http://www.sul21.com.br/jornal/todas-as-noticias/cultura/ha-400-anos-o-fogo-consumia-o-teatro-de-shakespeare-em-londres/ >. Acesso em: 5 set. 2013.

ROZAKIS, L. Tudo Sobre Shakespeare. Tradução de Tereza Tillet. São Paulo: Manole, 2001.

SCHMIDT, A. Shakespeare Lexicon and Quotation Dictionary: A Complete Dictionary of All the English Words, Phrases, and Constructions in the Works of the Poet. 3. ed. New York: Dover Publications, 1971. v. 1, A-M.

SHAKESPEARE, W. Hamlet. In: JOWETT, J.; MONTGOMERY, W.; TAYLOR, G.; WELLS, S. (Eds.). William Shakespeare: the complete works. The Oxford Shakespeare. 2. ed. United States: The Oxford University Press, 2005. p. 681-718.

SHAKESPEARE, W. Hamlet. Organized by Jonathan Bate e Eric Rasmussen. Collection The RSC Shakespeare. United Kingdom: Palgrave McMillan, 2008.

SHAKESPEARE, W. Hamlet: príncipe da Dinamarca. Tradução de Carlos Alberto Nunes. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2011. Coleção Saraiva de Bolso.

SHAKESPEARE, W. Hamlet. Tradução de Millôr Fernandes. Porto Alegre: L&PM Pocket, 2011.

VOLLET, N. L. R. Ser ou não ser pornográfico, eis a questão: o tratamento da linguagem obscena em traduções brasileiras do Hamlet. 1997. 147 f. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada). Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, 1997.

Publicado
2014-11-06
Seção
ENSINO DE LÍNGUAS, SEMIÓTICA, SEMÂNTICA, SINTAXE - ARTIGOS