NARRAÇÃO E DISSIMULAÇÃO DO DISCURSO HOMOERÓTICO EM "PÍLADES E ORESTES", DE MACHADO DE ASSIS, E "AQUELES DOIS", DE CAIO FERNANDO ABREU

  • Rodrigo Felipe Ramos Universidade Federal do Amazonas (UFAM)
  • Adriana Cristina Aguiar

Resumo

O presente artigo traz para o cerne da sua problemática a forma como o homoerotismo masculino é proposto nos contos “Pílades e Orestes”, de Machado de Assis, e em “Aqueles Dois”, de Caio Fernando Abreu. Pretende-se verificar como a temática homoerótica é desenvolvida dentro das narrativas, concentrando-se, principalmente, nos narradores, e buscando contrast¬ar as particularidades de cada um. Valer-nos-emos das diretrizes teóricas de Georges Bataille, em O Erotismo (1987), e de Mario César Lugarinho e Judith Butler, em seus estudos sobre a Teoria Queer, para que se possa entender o desencadeamento do homoerotismo em dois pontos cruciais que estão para além dos acontecimentos narrados nos contos: a busca incessante das personagens pela inalcançável continuidade e o debate sobre a natureza das questões sociais de gênero.

Referências

ABREU, Caio Fernando. Aqueles dois. In: Morangos Mofados. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2016.

ASSIS, M¬¬achado de. “Pílades e Orestes”. In: Relíquias de Casa Velha. Disponível em: < http://machado.mec.gov.br/images/stories/pdf/contos/macn007.pdf>. Acesso em: 25 jun. 2017.

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Publicado
2019-04-08
Seção
ESTUDOS LITERÁRIOS - ARTIGOS