DENOMINAÇÕES NO FALAR NORTISTA PARA A ESTRELA CADENTE: DADOS DO PROJETO ALiB
Resumo
Este trabalho apresenta os resultados da investigação que se centraliza no estudo do léxico, na descrição da variação diatópica e na identificação de subáreas dialetais brasileiras, partindo da observância de dados do corpus do Projeto Atlas Linguístico do Brasil (ALiB) para a risco de luz que corta o céu, comumente conhecido como estrela cadente. Os dados analisados foram coletados por meio de inquéritos linguísticos realizados com 48 informantes de seis capitais da Região Norte brasileira (Macapá, Boa Vista, Manaus, Belém, Rio Branco e Porto Velho), com o seguinte perfil: homens e mulheres, da faixa I (18-30 anos) e faixa II (50-65 anos), de nível fundamental e universitário, com o intuito de verificar o uso e documentar a diversidade lexical do português falado nessa região, seguindo os princípios da Geolinguística Pluridimensional em que o registro segue os parâmetros geográficos e sociais. Dessa forma, a análise do fenômeno linguístico em estudo considerou, ao lado da perspectiva diatópica, características sociais do falante, como o sexo, a faixa etária e a escolaridade. Foi dado enfoque à questão 031 do Questionário Semântico-Lexical (QSL) do Projeto ALiB, assim formulada: “De noite, muitas vezes pode-se observar uma estrela que se desloca no céu, assim, (mímica) e faz um risco de luz. Como chamam isso?” (COMITÊ NACIONAL..., 2001, p. 23). Foram avaliadas respostas como ‘estrela cadente’, ‘meteoro’ e ‘cometa’, em que contexto ocorrem, a frequência de uso e se sua distribuição no espaço indica a existência de subfalares na região.Referências
BARBADINHO NETO, Raimundo (Org.). Estudos filológicos: volume dedicado à memória de Antenor Nascentes. Rio de Janeiro, Academia Brasileira de Letras: 2003, v. 1.
CARDOSO, Suzana A. M. da S. C. Geolinguística: tradição e modernidade. São Paulo: Parábola Editorial, 2010.
MOTA, Jacyra. Estrela cadente nos atlas regionais brasileiros. Revista do GELNE, Fortaleza, n. 1, v.2, p. 25-31, 1999.
CARVALHO, Paola M. de O. Relações entre léxico e ambiente: um estudo da norma lexical do Centro-Oeste do Brasil. 2015. 224f. Dissertação. (Mestrado em Estudos de Linguagens). Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS, Campo Grande, 2012.
COMITÊ NACIONAL DO PROJETO ALiB. Questionários 2001. Londrina: Ed. UEL, 2001.
CUBA, Marigilda A. Atlas Linguístico Topodinâmico do Território Incaracterístico. 2015. 497 f. 2v. 7 cartas introdutórias e 96 cartas linguísticas. Tese (Doutorado em Estudos da Linguagem) – UEL, Londrina, 2015.
FERREIRA, Aurélio B. de H. Novo dicionário da língua portuguesa. 1. ed. 3. impressão. São Paulo: Nova Fronteira, 1975.
HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. 1. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.
ISQUERDO, Aparecida N.; CARVALHO, Paola M. de O. Léxico e ambiente rural: um estudo de designações para trabalhador de enxada em roça alheia no Centro-Oeste do Brasil. In: MOTA, Jacyra A.; CARDOSO, Suzana A. M; PAIM, M. T. (Orgs.). Documentos 3: Projeto Atlas Linguístico do Brasil. Salvador, Quarteto Editora: 2015. p. 251 - 261.
LABOV, William. Padrões sociolinguísticos. Trad. Marcos Bagno, Marta Scherre e Caroline Cardoso. São Paulo: Parábola Editorial, 2008 [1972].
MOURÃO, Ronaldo R. de F. Dicionário enciclopédico de astronomia e astronáutica. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1987.
NASCENTES, Antenor. O linguajar carioca. 2. ed. Completamente refundida. Rio de Janeiro: Organização Simões, 1953.
PAIM, Marcela M. T. A emergência de identidade social de faixa etária e variação: o que revelam os dados do Projeto Atlas Linguístico do Brasil (Projeto ALiB). In: MOTA, Jacyra A.; et al. (Orgs.). Documentos 5: Avaliação e perspectivas. Salvador, Quarteto Editora: 2015. p. 245 – 253.
PORTILHO, Danyelle A. S. O falar amazônico: uma análise da proposta de Nascentes (1953) a partir de dados do Projeto ALiB. 2013. 146f. Dissertação. (Mestrado em Estudos de Linguagens). Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS. Campo Grande, 2013.
RIBEIRO, Silvana S. C. Brinquedos e brincadeira infantis na área do falar baiano. 2012. 793f. Tese. (Doutorado em Letras e Linguística). Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística do Instituto de Letras da Universidade Federal da Bahia – UFBA. Vol. 1, 2 e 3. Salvador, 2012.
SANTOS, Graziele F. da S. Os jogos e diversões infantis no corpus do Projeto ALiB: visitando o Falar Nordestino. 2018. 207p. Dissertação (Mestrado em Língua e Cultura) Programa de Pós-graduação em Língua e Cultura – Instituto de Letras, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2018.
SILVA Jr., Joab S. da. Estrelas cadentes. Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/fisica/o-que-sao-estrelas-cadentes.htm. Acesso em 21 de junho de 2019.
a) permitem a reprodução total dos textos, desde que se mencione a fonte.
b) mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional;
c) autorizam licenciar a obra com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista;
d) responsabilizam-se pelas informações e pesquisas apresentadas nos textos a serem publicados na Revista Primeira Escrita, eximindo a revista de qualquer responsabilidade legal sobre as opiniões, ideias e conceitos emitidos em seus textos;
e) comprometem-se em informar sobre a originalidade do trabalho, garantindo à editora-chefe que a contribuição é original e inédita e que não está em processo de avaliação em outra(s) revista(s), quer seja no formato impresso ou no eletrônico;
f) autorizam à Revista Primeira Escrita efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical com vistas a manter o padrão normativo da língua e apresentarem o padrão de publicação científica, respeitando, contudo, o estilo dos autores e que os originais não serão devolvidos aos autores;
g) declaram que o artigo não possui conflitos de interesse.