QUANDO A MATEMÁTICA DÓI

INQUIETAÇÕES E REFLEXÕES SOBRE A DOCÊNCIA E SEUS SENTIDOS

Resumo

O presente artigo tem como objetivo compartilhar as experiências e afetações vividas no processo de pesquisar e estar em sala de aula por pesquisadoras em formação no campo da Educação Matemática. A partir da narração de uma vivência escolar marcada pelo sofrimento de uma aluna diante de uma explicação sobre função inversa, emergem inquietações sobre a forma como a matemática é ensinada e os efeitos subjetivos que esse ensino pode produzir. Tensiona-se a ideia de neutralidade atribuída à matemática escolar, compreendendo–a como uma prática situada, atravessada por determinações sociais, históricas e políticas, para além de um conjunto de saberes supostamente abstratos e universais. Discute-se a naturalização do sofrimento acadêmico como um dos mecanismos por meio dos quais a matemática escolar opera enquanto tecnologia a serviço das relações de poder, legitimando processos de exclusão e silenciamento daqueles que não se ajustam às normas hegemônicas de desempenho e compreensão. Ao articular relato, reflexão teórica e crítica às políticas curriculares, o artigo propõe deslocamentos na forma de pensar o ensino de matemática, não com a pretensão de oferecer respostas conclusivas, mas como gesto de partilha e abertura ao debate.

Biografia do Autor

Antonia Thalia da Silva dos Santos, UFMS

Mestranda em Educação Matemática pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática da UFMS (PPGEduMat). Possui graduação em Licenciatura em Matemática pelo Instituto Federal do Maranhão (2023). Atualmente faz parte do Grupo de Pesquisa NIEMS (Núcleo de Investigações em Educação Matemática e Sociedade) do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática, pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Onde pesquisa sobre as questões de Gênero na Educação Matemática.

Publicado
2025-08-27
Seção
Trabalho Completo – Comunicação Oral - XIX SESEMAT - 2025