PODE A APARÊNCIA FALAR? Classes sociais e a periferia da estética
Resumo
Pretendemos, neste texto, refletir sobre as classificações e as modas e modos das classes populares brasileiras como marcadores de posição social, cultural e mesmo inferências sobre comportamentos pessoais. Para isso nos valeremos de contribuições originárias dos estudos culturais, dos estudos sobre consumo e, de forma menos relevante de algumas questões levantadas pelos estudos pós-coloniais. Entendemos que essas distintas abordagens podem ser complementares. Além das contribuições teóricas, foram realizadas entrevistas (Jordão, 2015) na cidade de Goiânia, com indivíduos de diversas classes sociais a respeito dos valores atribuídos às aparências, à estética e à moda.
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