DUAS MARGENS ESQUERDAS DE UM MESMO RIO: uma leitura da poética marginal em Nossos ossos, de Marcelino Freire

  • Marcio Markendorf Marcio Markendorf é professor adjunto do Curso de Cinema na Universidade Federal de Santa Catarina.
  • Jair Zandoná Jair Zandoná realiza estágio pós-doutoral no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de Santa Catarina.

Resumo

Esta leitura se desenvolve a partir do que Beatriz Resende (2008) apresenta acerca da literatura brasileira na “era da multiplicidade”. A pesquisadora toma como marco os anos de 1990 e a primeira década do século XXI, quando se percebe que modelos, conceitos e espaços antes “familiares” são agora deslocados e desestabilizados. A recente e recentíssima produção literária – e, portanto, estamos tratando de publicações que não passaram pelo cômodo “veredicto das eras” mencionado por René Wellek e Austin Warren (2003) em Teoria da literatura e metodologia dos estudos literários – tem em comum alguns aspectos tais como: a presentificação, o retorno ao trágico e o excesso de realismo. Nesse “novo” cenário, evidencia-se a heterogeneidade, a pluralidade, o uso de diferentes linguagens. A cultura passa a ser divisada cultura como fenômeno de hibridização, além da manifestação de discursos contra hegemônicos que tensionam ainda mais o que nos estudos literários se considera – ou tem sido considerado nos últimos séculos – como alta cultura e como cultura de massa. Apresentam-se perspectivas dissonantes com, por exemplo, Altas Literaturas, de Leila Perrone-Moisés (1998), e O cosmopolitismo do pobre, de Silviano Santiago (2004). São modos de ler. No caso de Silviano Santiago, vale ainda mencionar o sucinto, mas importante, texto sobre os estudos das letras nacionais, forma de revisão do conceito de “formação”, sob o ponto de vista de sua inserção no panorama internacional, publicado em 2014 na Folha de São Paulo: A literatura brasileira à luz do pós-colonialismo.

Biografia do Autor

Marcio Markendorf, Marcio Markendorf é professor adjunto do Curso de Cinema na Universidade Federal de Santa Catarina.

Possui Graduação em Letras pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2003) e Doutorado Direto em Literatura, concentração em Teoria da Literatura, pela Universidade Federal de Santa Catarina (2009). Atualmente é Professor Adjunto do Departamento de Artes da Universidade Federal de Santa Catarina e leciona no Curso de Bacharelado em Cinema e no Programa de Pós-graduação em Literatura. É membro do Conselho Científico da Revista Anuário de Literatura, publicação da Pós-Graduação em Literatura da UFSC, e da Revista Rascunhos Culturais, publicação do curso de Letras da UFMS, CPX, e da Revista Estação Literária, periódico da Pós-Graduação em Literatura da UEL. Está vinculado aos Grupos de Pesquisa Literatura e Memória e Arte e Mestiçagens poéticas. É membro do Núcleo Literatual - Estudos Feministas e Pós-coloniais de Narrativas da Contemporaneidade. Tem experiência na área de Letras e Cinema, com ênfase em Teoria da Literatura, Escrita Criativa e Gêneros Cinematográficos, atuando, pesquisando e publicando nas linhas de pesquisa Ficções da Realidade e Literatura e Memória.

Jair Zandoná, Jair Zandoná realiza estágio pós-doutoral no Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal de Santa Catarina.

Doutor (2013) e mestre (2008) em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina. Graduado em Letras Português Habilitação em Língua Espanhola e Respectivas Literaturas pela Universidade do Oeste de Santa Catarina (2003). É um dos editores da Revista Anuário de Literatura (PPGL/UFSC), editor de resenhas da Revista Estudos Feministas (REF), integra o quadro de pesquisadores/as associados/as do Instituto de Estudos de Gênero (IEG/UFSC) e do Núcleo de Literatura Brasileira Atual - Estudos Feministas e Pós-Coloniais de Narrativas da Contemporaneidade (LITERATUAL/UFSC). Atualmente, realiza estágio de pós-doutorado no PPGLit/UFSC, com bolsa de CNPq.

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Publicado
2017-08-08