MACHADO DE ASSIS sob o prisma da intertextualidade
Resumo
Filho do Romantismo, Machado de Assis desde a estréia na república das letras, nos anos de 1850, foi inclinado a apoiar os seus textos nas literaturas européias, em consonância com o comportamento de escritores e críticos brasileiros da época. Quer nos poemas, quer nos romances e contos, que mais tarde Machado irá escrever, a presença européia está sempre lá, tanto diluída, na forma de temas e motivos, quanto referida, como citação, epígrafe ou paródia. Esses procedimentos não apenas revelam a impregnação direta das matrizes externas, submetidas a transformações, mas também indiciam que o jovem Machado de Assis, que já se destacava na área da crítica, tinha consciência de que o influxo literário estrangeiro, além de instaurar intercâmbio intelectual mais dinâmico no campo literário, era o caminho de acesso da literatura brasileira à universalidade. Nesse sentido, a atuação de Machado como crítico literário o distanciava dos críticos românticos que, na prática de “uma espécie de comparatismo difuso e espontâneo”, estavam empenhados, enquanto brasileiros, em afirmar “que a sua literatura era diferente da de Portugal”. (Candido, 1993, p. 211)Referências
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