VIDA E OBRA: O AUTOR COMO "SELO DE GARANTIA"
Resumo
RESUMO Este artigo foi desenvolvido a partir do processo de análise da metáfora do “selo de garantia” para representar o autor em relação à sua obra, exposta no livro “Clareza e Mistério da Crítica”, de Adolfo Casais Monteiro. A questão do autor, desde 1960, sempre retorna para discussão, por isso, propomos um debate a partir de um texto publicado no Brasil, antes mesmo das considerações de Barthes e Foucault sobre o autor. Na perspectiva desta metáfora, a credibilidade atribuída a um trabalho estaria baseada unicamente na biografia de seu criador, excluindo-se fatores subjetivos e impressionistas na apreciação, construção de sentidos e formulação da crítica da obra. Analisando-se os deslizamentos da metáfora no texto, sua historicidade e condições de produção, objetiva-se desenvolver uma análise e reflexão sobre a (in)validade desta metáfora e suas implicações no modo de fazer crítica. É possível observar que, assim como defende Casais Monteiro, a ideia de a priori proposta pela metáfora gera pré-julgamentos, limita a capacidade interpretativa do leitor e pode levar o crítico a uma visão equivocada sobre o objeto lido. Palavras-chave: Autor. Obra. Selo de garantia. Crítica.Referências
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