Implicações sociodiscursivas sobre as tensões raciais no Brasil:

o abuso de poder na língua

Resumo

Este artigo aborda como a relação entre língua, discurso e sociedade, em um processo sociointeracionista, sofrem com as prerrogativas ideológicas e históricas do contexto societário à quais estão inseridas. Utiliza os Estudos Críticos do Discurso (ECD) como método e teoria, que busca compreender como as produções sociodiscursivas servem para articular as relações raciais. Destaca que as produções comunicacionais refletem as nuances, costumes, mitos, crenças, aparelhamentos ideológicos, etc. de uma comunidade, de modo que é utópico acreditar que exista uma linguagem neutra ou imparcial. Nesse sentido, os estudos críticos do discurso são essenciais para revelar as condições de produção que caracterizam o discurso e evidenciar seu caráter ideológico. Também enfatiza que no contexto brasileiro, as práticas sociais estão estruturadas dentro de uma ideologia colonial, racista e segregadora, que interferem nos meios de produção de matérias e de discursos que propagam um racismo discursivo, que contribui para a manutenção das relações de poder. Se chega à conclusão de que há um embate de forças entre os privilegiados, que lutam para manter-se no poder, e os usurpados de direitos, que lutam para alcançá-los  e os ECD funcionam como estratégias sociodiscursivas que questionam a estrutura, para modificar a ordem social vigente.