A produção de sentidos sobre a homossexualidade em entrevistas com líderes religiosos evangélicos
Resumo
O presente artigo propõe analisar os sentidos produzidos pelo discurso religioso evangélico a partir da atualização da memória discursiva da homossexualidade. Ancorados na Análise do Discurso materialista, constituída por Michel Pêcheux na França e reterritorializada no Brasil por Eni Orlandi, constituímos nosso gesto de leitura a partir da indissociabilidade entre língua, sujeito e ideologia. A análise discursiva configurada toma por objeto de investigação três enunciados proferidos por líderes religiosos evangélicos contemporâneos: Aline Barros, Bruna Karla e Silas Malafaia. Os referidos pronunciamentos, com um grande número de visualizações, ocorreram em entrevistas concedidas a canais de mídia de alcance nacional e as respectivas gravações se encontram disponíveis na plataforma de streaming YouTube. Como método de investigação, foram mobilizados os aparatos teórico e analítico da Análise do Discurso materialista. A partir da análise do material recortado, foi possível circunscrever o que nomeamos como posição de sujeito evangélico, constituída pela evidência da homossexualidade significada como pecado e prática voluntarista.
Referências
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