A legítima defesa e a concretização de direitos

sentidos em disputa

  • José Ricardo Menacho Universidade do Estado de Mato Grosso
  • Joelma Aparecida Bressanin Universidade do Estado de Mato Grosso
Palavras-chave: Política do performativo, Político, Plano de governo, Formações imaginárias

Resumo

Este artigo tem como objetivo compreender, à luz da Análise de Discurso materialista, os discursos produzidos a partir da associação estabelecida entre a legítima defesa e a concretização de direitos fundamentais que comparecem no plano de governo de um dos candidatos à Presidência da República, nas eleições de 2022. Nossa escolha por constituir um arquivo com planos de governo de candidatos à Presidência da República se deve ao fato de que o programa de discussões colocado em debate, se comparado com a dos outros cargos, como os de governador, Senador, Deputado Federal e Estadual, possuía um apelo e um alcance mais amplos, haja vista as atribuições e as competências de um(a) Presidente(a) da República, que, em nossa tradição constitucional, acumula as funções de chefe de Estado e de chefe de Governo. Em nossos gestos de interpretação, observamos como a política do performativo apaga o político, ao administrá-lo, e estabelece um sentido único para a temática, que dispensa contrapontos. Como um efeito de verdade e unidade, a legítima defesa torna-se um instrumento de destaque de uma política de segurança pública.

Biografia do Autor

José Ricardo Menacho, Universidade do Estado de Mato Grosso

Professor e pesquisador no Curso de Direito e no Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT). Doutor em Linguística pela Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT).

Joelma Aparecida Bressanin, Universidade do Estado de Mato Grosso

Professora e pesquisadora no Curso de Letras e no Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT). Doutora em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

Referências

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Publicado
2025-06-21