A CRÍTICA SOCIAL EM TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA

  • José Carlos Santana Júnior UFMS/CPAQ
  • José Alonso Tôrres Freire UFMS/CPAQ
Palavras-chave: Literatura Brasileira, Romance, Policarpo Quaresma, Crítica social, Lima Barreto.

Resumo

O objetivo deste artigo é analisar a representação do contexto histórico social e dos valores da sociedade carioca do final do século XIX no romance Triste fim de Policarpo Quaresma (2010), de Lima Barreto, especialmente quanto à questão do culto das aparências no microcosmo da trama. Como vários críticos já apontaram, tais como Antônio Candido (2003), uma das principais preocupações de Lima Barreto é a análise da sociedade em que ele se insere. Além do romance selecionado, essa preocupação é recorrência em vários textos do autor, tais como “A nova Califórnia” e “O homem que sabia javanês” e o romance Recordações do escrivão Isaías Caminha, entre outros, em que aparece a crítica a uma sociedade que vive de aparências e que valoriza a cultura superficial. Como veremos, no romance, o personagem Policarpo Quaresma, por seu percurso e seus ideais, pela leitura atenta, pelo estudo e pela indignação diante das barreiras impostas, é um contraponto importante a uma minoria bajuladora e soberba. Como suporte teórico, recorreremos a estudiosos do Modernismo, tais como Wilson Martins, com A Literatura Brasileira: O Modernismo (1967), entre outros. Com relação à crítica literária, serão referências textos de Antônio Candido (1967; 2003), além de texto crítico de Moacir Scliar (2001) sobre o personagem. A crítica que se projeta no romance só é possível pelo contraste entre o percurso idealista do personagem principal e seus interlocutores mais próximos.

Biografia do Autor

José Carlos Santana Júnior, UFMS/CPAQ
Graduando do Curso de Letras/Inglês da UFMS/CPAQ, voluntário de Iniciação Científica – PIVIC 2017/18.
José Alonso Tôrres Freire, UFMS/CPAQ
Professor Adjunto da UFMS/CPAQ

Referências

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Seção
ESTUDOS LITERÁRIOS - ARTIGOS