O MERCADO MATRIMONIAL EM SENHORA, DE JOSÉ ALENCAR
Resumo
Este artigo tem como objetivo principal analisar o casamento como mercado matrimonial no século XIX, tema, de certa forma central, da obra Senhora, de José Alencar. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, qualitativa, em que será analisada a referida obra, bem como outras fontes para dar o embasamento teórico necessário ao artigo, dentre as quais Abrantes (2010), Antonio Cândido (2000), Andrade (2013), D’Inção (2012) e Lima (2016). No percurso desta análise, serão enfatizados temas relevantes ao estudo, tal como o casamento visto como um negócio, uma maneira de preservar e adquirir novas riquezas para as famílias da classe burguesa e o dote, ou seja, as vantagens financeiras oferecidas aos futuros maridos das moças disponíveis para matrimônio. O casamento arranjado era muito comum no século XIX, quando a mulher tinha seu casamento negociado, em geral, independentemente de sua vontade. Com isso, este artigo se propõe a demonstrar o papel submisso da mulher naquele período, destacando, porém, que, no romance analisado, a personagem principal, Aurélia, fugia à regra e ela mesma escolheu seu futuro marido, mesmo sendo por meio de um mercado matrimonial.Referências
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