A cena do crime em Maíra, de Darcy Ribeiro (1976), e as lacunas do processo civilizatório
Resumo
O processo civilizatório ainda é efetivo no modelo da sociedade brasileira. A formação do povo brasileiro sustenta e fomenta essa estrutura e as bases epistemológicas dos grandes centros. O objetivo deste trabalho, parte de uma pesquisa maior em desenvolvimento, é perceber, por meio do romance Maíra (1976), de Darcy Ribeiro, mais precisamente do recorte da cena de crime da personagem Alma, os efeitos desse processo representado na obra em destaque. Para entendimento acerca da cena do crime, o trabalho recorrerá aos escritos de Karl Erik Schollhammer. Sobre o processo civilizatório, a produção de Darcy Ribeiro, antropólogo, subsidiará o desenvolvimento do argumento. O método partirá de uma análise a partir dos elementos da narrativa, Yves Reuter, e das imagens construídas por meio da potencialidade da linguagem que conduzirá à interpretação e diálogo com a perspectiva da colonialidade. Por meio do texto literário e das orientações intelectuais que sustentam a análise, é possível refletir sobre o imaginário colonial e considerar a eficiência ocultada do processo civilizatório no imaginário do povo brasileiro. Palavras-chave: Cena do crime; Elementos da narrativa; Processo civilizatório.Referências
REUTER, Yves. Introdução à análise do romance. Tradução Ângela Bergamini [et al.], 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
RIBEIRO, Darcy. Maíra. 19ª ed. São Paulo: Global, 2014.
RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. 1ª edição digital. São Paulo: Global, 2014.
RIBEIRO, Darcy. O processo civilizatório: estudo de antropologia da civilização. 9ª ed. Petrópolis: Editora Vozes, 1987.
SÁ, Lúcia. Meninos, Eu Vi: A velhice indígena em “Y-Juca-Pyrama” e Maíra. In: BARBOSA, Maria José Somerlete (Org.). Passo e compasso: nos ritmos do envelhecer. Coleção Memória das Letras, n. 17. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003.
SCHULLER, Donaldo. Teoria do romance. 1ª ed., 2ª reimpressão. São Paulo: Editora Ática, 2000.
Copyright (c) 2020 Revista Primeira Escrita
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
a) permitem a reprodução total dos textos, desde que se mencione a fonte.
b) mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional;
c) autorizam licenciar a obra com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista;
d) responsabilizam-se pelas informações e pesquisas apresentadas nos textos a serem publicados na Revista Primeira Escrita, eximindo a revista de qualquer responsabilidade legal sobre as opiniões, ideias e conceitos emitidos em seus textos;
e) comprometem-se em informar sobre a originalidade do trabalho, garantindo à editora-chefe que a contribuição é original e inédita e que não está em processo de avaliação em outra(s) revista(s), quer seja no formato impresso ou no eletrônico;
f) autorizam à Revista Primeira Escrita efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical com vistas a manter o padrão normativo da língua e apresentarem o padrão de publicação científica, respeitando, contudo, o estilo dos autores e que os originais não serão devolvidos aos autores;
g) declaram que o artigo não possui conflitos de interesse.