Aspectos cognitivos da metonímia e sua relação com nomes próprios
Resumo
Muitas e variadas questões instigam um estudo mais aprofundado acerca do uso das palavras, ou seja, das unidades lexicais, pelos falantes da língua em diferentes situações de comunicação, pois elas podem manifestar significados distintos e um dos recursos utilizados para isso são os mecanismos cognitivos para a nomeação, mais especificamente a metonímia conceptual. Nomes próprios também representam uma fonte reveladora de fatores culturais, históricos e políticos relacionados a um grupo social em uma determinada época pela sua intrínseca relação com o léxico geral da língua. Estabelecendo uma correlação entre aspectos cognitivos e pragmáticos da metonímia, este trabalho discute resultados parciais de uma pesquisa em desenvolvimento que tem como objeto de estudo a geração de nomes próprios. A proposta aqui apresentada examina, a partir de uma amostra aleatória de cinco nomes próprios de operações policiais, a visão da metonímia como recurso que transpõe a figura de linguagem e alcança o status de fenômeno cognitivo pelo uso pragmático na constituição dos nomes próprios. Tem-se, pois, como objetivo, discutir princípios reguladores constituintes da atuação desse mecanismo cognitivo e oferecer uma perspectiva de abordagem dos aspectos cognitivos subjacentes à nomeação de operações policiais. O estudo fundamenta-se na Linguística Cognitiva, a partir do norte teórico proposto por Lakoff e Johnson (1980); Lakoff (1987); Silva (1997); Radden e Kovecses (2007).Referências
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