A tortura (re)encenada como denúncia
Uma análise de “Brazil, a report on torture” e “No es hora de llorar”
Resumo
Este artigo tem por objetivo interpretar, sob a perspectiva da antropologia visual, dos filmes documentários “Brazil, a report on torture” e “No es hora de llorar”. Ambas produções foram realizadas no Chile em 1971, mas abordam e, sobretudo, encenam a tortura sofrida por militantes brasileiros durante a ditadura militar (1964-1985). Assim, por meio da descrição das sequências fílmicas em que há tais encenações, pretendemos evidenciar alguns efeitos de sentido, indícios de uma cultura, sociedade e de um tempo no qual a prática da tortura era institucionalizada.
Downloads
Referências
BRASIL. Comissão Nacional da Verdade. Relatório/Comissão Nacional da Verdade, v. 1. Brasília: Comissão Nacional da Verdade, 2014. Disponível em: http://cnv.memoriasreveladas.gov.br/images/pdf/relatorio/volume_1_digital.pdf
BRIGARD, Emilie de. Historia del cine etnográfico. In: PIERA, Elisenda Adévol; TOLÓN- PEREZ, Luis (orgs). Imagen y cultura: perspectivas del cine etnográfico. Granada/ES: Disputación Provincial de Granada, 1995, p. 31-73
DOCUMENTOS REVELADOS. Documentário Brazil: A Report on Torture (1971), de Haskell Wexler e Saul Landau. Disponível em: https://documentosrevelados.com.br/documentario-brazil-a-report-on-torture-1971-de-haskell- wexler-e-saul-landau/ Acessado em 30 de novembro de 2021.
FRANCE, Claudine de. Do filme etnográfico à antropologia fílmica, Campinas: Editora da Unicamp, 2000, pp. 1-42.
FREIRE, Marcius. Entre fisionomias e colagens. Chris Marker e a série On vous parle du Brésil. In: ABREU, Nuno Cesar; SUPPIA, Alfredo; FREIRE, Marcius. Golpe de vista: cinema e ditadura militar na América do Sul. São Paulo: Alameda, 2018, p. 207-225.
FREIRE, Marcius. Princípios da descrição cinematográfica. In: FREIRE, Marcius. Documentário: Ética, estética e formas de representação. São Paulo: Annablume, 2012, p.183-220.
FREIRE, Marcius. Gregory Bateson, Margaret Mead e o caráter balinês. Notas sobre os procedimentos de observação fotográfica em Balinese Character. A Photographic Analysis. Revista ALCEU, v. 7, n. 13, 2006.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.
GREEN, James N. Apesar de Vocês. Oposição à Ditadura Brasileira nos EUA (1964- 1985). São Paulo, Companhia das Letras, 2009.
NORA, Pierre. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Projeto História, São Paulo, n.10, dez. 1993, p.7-28.
NOVAES, Silvia Caiuby. Entre a harmonia e a tensão: as relações entre Antropologia e Imagem. Revista Anthropológicas, Recife, ano 13, v.20, p.9-26, 2009. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaanthropologicas/article/viewFile/23685/19341
POIRIER, Jean. História da etnologia. São Paulo: Cultrix/Editora da Universidade de São Paulo, 1981.
SANTOS, Irineia M. História e Antropologia: relações teórico-metodológicas, debates sobre objetos e os usos das fontes de pesquisa. Revista Crítica Histórica, n.1, ano 1, 2010, p. 1992-208.
MEIRELLES, Renata. Contra a tortura: a Anistia Internacional durante a Ditadura Militar no Brasil. XXVIII Simpósio Nacional de História. Florianópolis, 2015. Disponível em: http://www.snh2015.anpuh.org/resources/anais/39/1426185442_ARQUIVO_anpuh_Renata_ meirelles.pdf
TOMAIM, Cássio dos Santos. O documentário como “mídia de memória”: afeto, símbolo e trauma como estabilizadores da recordação. Significação: Revista de Cultura Audiovisual, v. 43, n. 45, 2016, p. 96-114.
Filmografia:
Brazil, a report on torture (Brasil, relato de uma tortura). Haskell Wexler e Saul Landau. Chile, 1971. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=vskwqAarjmg
No es hora de lhorar (Não é hora de chorar). Pedro Chaskel e Luiz Alberto Sanz, Chile, 1971. Disponível em: https://vimeo.com/user37883331/nao-e-hora-de-chorar
Copyright (c) 2022 albuquerque: revista de história
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Direitos Autorais para artigos publicados neste periódico são todos cedidos à revista. As opinições e pontos de vista presentes nos artigos são de responsabilidade de seus/suas autores/as e não representam, necessariamente, as posições e visões de albuquerque: revista de história.