Mesa 2: A PESQUISA HISTORIOGRÁFICA SOB UMA PERSPECTIVA WITTGENSTEINIANA
Resumo
Pretendo, aqui, falar do modo como venho lidando com o problema metodológico da pesquisa em história da educação matemática. Indo direto ao assunto, e dando continuidade à linha de argumentação desenvolvida no artigo (Miguel, 2010), persisto aqui na tese que nele defendi, de que pesquisar - em qualquer domínio ou campo de investigação, e também, portanto, no domínio da pesquisa em história da educação matemática - é "lutar" com jogos de linguagem. E lutar com jogos de
linguagem não é lutar contra jogos de linguagem, mas procurar evitar armadilhas a que alguns deles sempre nos conduzem e colocar-se nos rastros de outros que possam nos auxiliar a ampliar adequadamente o campo de significações relativas às questões que desejamos esclarecer, por meio de investigação metodicamente indisciplinar. É claro que essa tese se filia a uma atitude metodológica de inspiração wittgensteiniana, e ainda que Wittgenstein jamais tenha feito ou pretendido fazer pesquisa historiográfica, o desafio que me coloco aqui é o de explicar como venho tentando constituir, em minhas atividades de pesquisa no campo da educação (matemática), um referencial metodológico inspirado - ainda que não exclusivamente - no pensamento não essencialista e não dogmático de Wittgenstein. Esse referencial coloca as práticas culturais não apenas como objetos centrais e privilegiados de investigação historiográfica, como também as vê como percursos metodológicos indisciplinares por intermédio dos quais se pode esclarecer, isto é, ampliar adequadamente as significações relativas a questões quaisquer que sejam tomadas como objeto de investigação historiográfica. Nesses percursos indisciplinares de investigação, as práticas culturais são concebidas como jogos simbólicos em um sentido consonante àquele dado por Wittgenstein à expressão jogos de linguagem.
1. Proposta de Política para Periódicos de Acesso Livre
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
b) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado