DESENRAIZADOS:

o corpo indígena na poesia enquanto espaço metafórico do exílio

Resumo

O presente trabalho tem por objetivo discutir aspectos da colonialidade vistos de dentro da linguagem poética sul-mato-grossense. A escritora e poetisa coxinense, Gleycielli Nonato, ribeirinha das margens do Rio Taquari, pantaneira do Pantanal dos Payaguás, índigena da etnia Guató, delineia em sua poesia alguns traços do ser colonizado, o qual entendemos como aquele que sofreu com (e sofre ainda) todo tipo de violência imposta pelo desejo de dominação e apropriação não só de bens, mas do ser humano racializado e colonizado. Nossa reflexão deve incidir sobre três aspectos: (1) a sensibilidade do corpo que salta na poesia, (2) a violência demarcada no texto poético em forma de lamento, (3) o poeta colonizado, mas não calado: a poesia enquanto linguagem libertadora. Para tanto, utilizamos como referencial teórico nomes como: Walter Mignolo, Edward Said, Zulma Palermo, Walter Benjamin e Vladimir Safatle.

Biografia do Autor

Danglei de Castro Pereira, Universidade de Brasília

Professor de literatura brasileira na Universidade de Brasília (UnB). Possui graduação em Letras pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1999), mestrado em Letras (2003), doutorado em Letras pela mesma instituição (2006) e pós-doutorado em literatura brasileira pela USP (2012). Professor Permanente no Póslit (UnB), no Programa de Pós-Graduação em Letras da UNEMAT/SINOP e no Programa de Pós-Graduação em Estudos da Linguagem (UFMS).  Tem experiência na área de Letras e atua principalmente nos seguintes temas: poéticas do século XIX e sua atualidade, literatura brasileira, literatura e ensino, diálogos interartes (literatura e pintura), estudos do cânone e sua revisão, além de questões relacionadas a historiografia literária.

Publicado
2025-11-13