AMÉRICA LATINA NA (IN)DIFERENÇA:
latinidades (in)cobertas
Resumo
Este presente artigo propõe a perscrutar, pela via da Literatura Comparada Descolonial, os entre-lugares e entre-corpos que constituem a tessitura crítica da Rota Bioceânica – Brasil, Paraguai, Argentina e Chile –, compreendida como lócus epistemológico de refundação das latinidades silenciadas. Ao retomar a fortitudo critica de Enrique D. Dussel e a proposição seminal de Edgar Cézar Nolasco em Literatura Comparada Descolonial (2025), argumenta-se que a (in)diferença latino-americana, engendrada pelo status quo eurocêntrico, obstaculizou a emergência de diálogos próprios, apagando convergências que já deveriam ser instituídas. Nesse raio fronteiriço, a crítica descolonial instaura-se como peça-motriz de desvelamento das rotas (in)cobertas, tensionando os apagamentos herdados da modernidade e instituindo formas outras de convivialidade intelectual. A Rota Bioceânica, mais que corredor geopolítico, deve ser a metáfora de uma circulação de saberes, afetos e críticas que desafia a tradição canônica e instaura a possibilidade de uma fortuna crítica sul-americana. O presente trabalho se ancora nessa visada disruptiva, cujo escopo amplia o debate sobre o filosofar-sendo para além da dialética ocidental, abrindo caminhos de pensamentos capazes de reconstituir as latinidades de paisagens adormecidas e de potencializar o lócus epistêmico da América Latina como espaço irradiador de saberes e intelectualidades efetivas no Cone-Sul como inquérito científico comparatista.
Copyright (c) 2025 CADERNOS DE ESTUDOS CULTURAIS

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.

Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.




