MATÉRIAS-PRIMAS: entre autobiografia e autoficção

  • Evando Nascimento UFJF

Resumo

Farei inicialmente alguns esclarecimentos, como introdução ao tema das relações entre autobiografia e o que atualmente se chama de autoficção.
A primeira vez que ouvi falar de autoficção foi numa palestra de Régine 59
Robin, organizada por Eurídice Figueiredo, na Universidade Federal Fluminense,
em 1997. Tive na ocasião a possibilidade de conversar com a conferencista, que só viria a reencontrar textualmente mais de dez anos depois, por meio de seu último livro publicado na França, Mégapolis (2009), obra que discorre sobre megacidades como Nova York, Buenos Aires, Tókio, São Paulo e Rio de Janeiro. Francesa radicada no Canadá, Robin é não só uma das teóricas e críticas mais relevantes do que hoje usualmente se chama de autoficção, como também a pratica. Seu sítio da Internet, Page des papiers perdus, comporta duas entradas, uma para a professora e crítica literária e a outra para a escritora de origem judaica.1

Biografia do Autor

Evando Nascimento, UFJF

Evando Nascimento é professor universitário, pesquisador e escritor. Em 2000, entrou para a Universidade Federal de Juiz de Fora como professor adjunto. Seu trabalho se desenvolve nas áreas de Filosofia, Literatura e Artes Plásticas. Fez Graduação na UFBA, Mestrado na PUC-Rio e Doutorado na UFRJ. Nos anos 1990, completou sua formação em Paris, onde foi aluno de Jacques Derrida (na École des Hautes Études en Sciences Sociales) e de Sarah Kofman (na Sorbonne). Lecionou durante três anos na Université Stendhal, de Grenoble. Em 2007, realizou um Pós-Doutorado em Filosofia, sobre Benjamin e Derrida, na Universidade Livre de Berlim (com bolsa dos governos alemão ? DAAD ? e brasileiro ? Fapemig), onde também proferiu conferência. Já ministrou cursos e palestras em diversas instituições internacionais e nacionais, como a Universidade de Paris, a Universidade de Manchester, a Universidade de Viena, a PUC de Valparaiso (Chile), a Universidade Federal de Minas Gerias e a Universidade de São Paulo. É conhecido como especialista em pensamento francês recente ? Foucault, Deleuze, Barthes, Derrida, sobretudo este último. Foi o organizador do ?Colóquio Internacional Jacques Derrida 2004: Pensar a Desconstrução?, em que Derrida fez a conferência de abertura ?O Perdão, a Verdade, a Reconciliação: Qual Gênero?? Tem diversos livros publicados, como autor ou organizador: Derrida e a literatura (3ª. ed., É Realizações, 2015), Ângulos: literatura & outras artes (Ed. Argos, 2002), Derrida (Ed. Zahar, 2004), Pensar a desconstrução (Ed. Estação Liberdade, 2005), Clarice Lispector: Uma Literatura Pensante (Civilização Brasileira, 2012), entre outros. Coordena atualmente a Coleção Contemporânea ? Literatura, Filosofia & Artes, pela Civilização Brasileira. Em 2016, publicou pela ed. Hermann, de Paris, o livro La solidarité des vivants et le pardon, com textos seus e de Derrida; em 2017, esse livro foi objeto de um Colóquio Internacional na UERJ, com participantes do Brasil, de Portugal, do Canadá e da Argentina. Publicou, igualmente, os livros de ficção Retrato Desnatural (2008, semifinalista do Prêmio Portugal Telecom), Cantos do Mundo (Contos ? 2011, finalista do Prêmio Portugal Telecom), ambos pela Record, além de Cantos Profanos (Contos ? 2014, semifinalista do Prêmio Itaú Oceanos), pela Globo Livros. Seu projeto atual se desenvolve em torno de ?Um Conceito de arte e de literatura no século XXI: Questões de Ética, Política e Estética?.

Referências

Não há referências.

Publicado
2017-08-26