Marcas da desconstrução da cultura indígena brasileira nas obras Iracema e Macunaíma
Resumo
Neste artigo, objetivamos discutir o processo de racionalização da cultura indígena brasileira imposto pelo colonizador português. Para tanto, serão elencadas as práticas das relações sociais e culturais presentes na literatura romântica de José de Alencar em Iracema e, na literatura moderna de Mário de Andrade em Macunaíma. As duas obras são parte do cânone brasileiro publicadas em momentos históricos diferentes, porém, ambas representam o período pós-colonial de busca pela representação de uma identidade literária brasileira. Nessa perspectiva, analisamos as formas de relação do explorador com a cultura, raça e a religião do outro – o explorado. Para essa análise jugamos necessário realizar uma leitura sócio-histórica mediante o pensamento decolonial. Assim, compreendemos que a descolonização do pensamento perpassa pela valorização da cultura local em detrimento da cultura exógena, promovendo o reconhecimento dos saberes e desconstruindo as leituras homogêneas do pensamento universalista abstrato.
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