Polarização Empírico-formal no Ensino de Geometria: uma contribuição histórico-reflexiva à educação geométrica da criança

  • Júlio César Augusto do Valle Universidade de São Paulo
Palavras-chave: Polarização empírico-formal, Geometria, Criança, Educação Matemática

Resumo

Nas últimas décadas, as discussões sobre o ensino de geometria se intensificaram. Ao que parece, coexistem, atualmente, defasagens no ensino de geometria que teriam sido agravadas com a influência do movimento da Matemática Moderna, responsável pela mudança no enfoque dado à geometria na escola. Trata-se, por exemplo, da polarização empírico-formal (o procedimento comum de iniciar o estudo de Geometria por suas dimensões práticas – essencialmente a percepção – objetivando a sistematização de seus conteúdos – a concepção). Sob essa perspectiva, identificam-se neste trabalho duas consequências desta polarização que prevalece no ensino de Geometria, responsável, diversas vezes, por tornar tal ensino bastante superficial. Nesse sentido, este trabalho se propõe a – além de explicitar a questão que o motiva – compreender que movimento histórico dá origem ao ensino de geometria da forma como é concebido hoje e contribuir com uma reflexão descritiva sobre a relação da criança com a geometria, às vistas da teoria elaborada.

Biografia do Autor

Júlio César Augusto do Valle, Universidade de São Paulo

Licenciado em Matemática pelo Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (USP);

Mestre e doutorando em Educação pela Faculdade de Educação da USP.

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Publicado
2016-08-01
Como Citar
VALLE, J. C. A. DO. Polarização Empírico-formal no Ensino de Geometria: uma contribuição histórico-reflexiva à educação geométrica da criança. Perspectivas da Educação Matemática, v. 9, n. 19, 1 ago. 2016.