Do Colonial ao Contemporâneo

Uma releitura da obra de Roger Bastide e Florestan Fernandes para repensar a memória Afro-Paulistana

Palavras-chave: quilombo, urbano, cultura afro

Resumo

Na pretensão de compor e subsidiar o debate contemporâneo dos movimentos negros e da pesquisa cientifica sobre a condição negra na capital paulista, este artigo revisita a obra Brancos e negros em São Paulo de Roger Bastide e Florestan Fernandes (1959) e através de suas fontes busca evidenciar aspectos relevantes sobre a etnicidade e os modos de ser, agir e conviver de africanos e afro-brasileiros que foram escravizados na cidade São Paulo entre os séculos XVI e XIX.Visamos evidenciar que São Paulo também é afro desde os primórdios da colonização e contrapor-se a ideia de que a cidade sempre fora e é predominantemente branca e europeia, na memória, na cultura e na vida social.  

 

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Biografia do Autor

Claudelir Correa Clemente, Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Brasil

É professora de Antropologia na Universidade Federal de Uberlândia, realizou pós-doutoramento com bolsa de Estágio Senior CAPES, na École Hautes Études en Sciences Sociales (2015/2016). Possui doutorado em Ciências Sociais com concentração em Antropologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2005), com formação complementar na École de Hautes Études en Science Sociales (EHESS/PARIS). Possui graduação em Ciências Sociais e Políticas pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (1988) e mestrado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1998). 

Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9324519076023269

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Publicado
2024-08-13
Como Citar
CLEMENTE, C. C. Do Colonial ao Contemporâneo. Albuquerque (Online), v. 16, n. 31, p. 123-140, 13 ago. 2024.