FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA: CRENÇAS SOBRE ENSINO E EMPODERAMENTO JUNTO À POPULAÇÃO LGBTQI

  • Gabriela dos santos Barbosa UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
  • Cleber Dias Costa Neto Universidade Federal do Rio de Janeiro
  • Victor Augusto Giraldo Universidade Federal do Rio de Janeiro
Palavras-chave: Pedagogia Decolonial, Etnomatemática, Formação de Professores

Resumo

Nesta pesquisa, investigamos crenças sobre o ensino de Matemática de duas estudantes de Licenciatura em Matemática que participaram como bolsistas de um projeto de extensão que ofereceu um curso voltado para o ensino pré-universitário de pessoas LGBTQI moradoras de favelas do Rio de Janeiro. Mais especificamente, investigamos como a participação no projeto favoreceu a (re)construção de crenças pelas licenciandas. Na perspectiva da Pedagogia Decolonial, entendemos populações LGBTQI como grupos subalternizados na sociedade brasileira.Levantamos a hipótese, pautada também na Etnomatemática, de que vivências em projetos voltados a grupos subalternizados podem promover uma formação inicial de professores de Matemática orientada a práticas de equidade social. Realizamos um estudo de caso, acompanhando a participação das licenciandas e entrevistando-as ao final do projeto. Nossos resultados indicam que essas vivências levaram as participantes a reconhecerem que os modelos tradicionais de ensino não contemplam as demandas da construção de uma escola que rompa com o processo de subalternização, e de que é preciso desconstruir a ideia de hierarquização de saberes, promovendo a apropriação do espaço escolar pelos estudantes.

Biografia do Autor

Gabriela dos santos Barbosa, UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Mestre em Educação Matemática pela USU, Doutora e Pós Doutora em Educação Matemática pela PUC/SP. Professora e coordenadora do curso de Licenciatura em Matemática da UERJ/FEBF
Cleber Dias Costa Neto, Universidade Federal do Rio de Janeiro
Professor do Colégio de Aplicação da UFRJ
Victor Augusto Giraldo, Universidade Federal do Rio de Janeiro
Professor do Instituto de Matemática e Estatística da UFRJ

Referências

Alarcão, I. (2001) Professor-investigador: Que sentido? Que formação? In: Campos, B. P. (Org.). Formação profissional de professores no ensino superior. (v. 1, p. 21-31). Porto: Porto Editora.

Alrø, H.&Skovsmose, (2006). O. Diálogo e aprendizagem em educação matemática. Belo Horizonte: Autêntica. apud Nacarato, A. M.; Mengali, B. L. S. &Passos, C. L. B. (2015). A matemática nos anos iniciais do ensino fundamental: tecendo fios do ensinar e do aprender. 2. ed. – Belo Horizonte: Autêntica.

Apple, M.W. (1995) Takingpowerseriously: new directions in equity inmathematicseducationandbeyond. In: Secada, W.; Fennema, E.; Adajian, L. B. (Eds.). New directions for equity in mathematics education. (p. 329-345). New York: Cambridge University Press.

Araújo, J. L.; Borba, M. C. (2013). Construindo pesquisas coletivamente em Educação Matemática. In: Borba, M. C.; Araújo, J. L. (orgs.). Pesquisa Qualitativa em Educação Matemática. (p. 31-51) Belo Horizonte: Autêntica.

Arisi, M. B; Fernandes, E. R. (2017). Gay Indians in Brazil: UntoldStoriesoftheColonizationofIndigenousSexualities. 1st ed. Buch. xi, 70 S.: 1 s/w-Abbildung, Bibliographien. Hardcover

Brito, A. J.; Alves, F. T. O. (2013) Profissionalização e saberes docentes: análise de uma experiência em formação inicial de professores de Matemática. In: Nacarato, A. M.; Paiva, M. A. V. (Org.). A formação do professor que ensina Matemática: perspectivas e pesquisas. 3. ed. – Belo Horizonte: Autêntica, p. 27-42.

Carrijo, M. H. S. (2014).O resgate do poder social da matemática a partir da educação matemática crítica: uma possibilidade na formação para a cidadania. Revista Paranaense de Educação Matemática, Vol.3, No.5.

D’ambrósio, U. (1997). Transdisciplinaridade. São Paulo: Palas Athenas.

________. (2002)Etnomatemática.Elo entre as tradições e a modernidade. 2 ed. Belo Horizonte: Autêntica.

________. (1998) Etnomatemática: Arte ou técnica de explicar ou conhecer. 5 ed. São Paulo: Ática.

Domingues, K. C. M. (2003) O currículo com abordagem etnomatemática. In: Educação Matemática em Revista. São Paulo, v. 10, n. 14, p. 35-44. Ago. 2003.

Ellington, R.E.; Prime, G. (2011). Reconceptualizing quality and equity in the cultivation of minority scholars in mathematics education. In: Atweh, B. et al. (Eds.). Mapping equity and quality in mathematics education.(p. 423-435). London New York: Springer Netherlands.

Esquincalha, A. C. (2004) Etnomatemática: Um estudo da evolução das ideias In: Anais do VIII ENEM, Recife. Disponível em: acesso em 04 ago. 2014.

Fleuri, R. M. (2012). Educação intercultural: decolonializar o poder e o saber, o ser e o viver. Visão Global, Joaçaba, v. 15, n. 1-2, p. 7-22, jan./dez. Disponível: editora. unoesc.edu.br/index.php/visaoglobal/article/viewFile/3408/1507. Acesso em: 22julh2015.

Forproex. (2012) Política Nacional de Extensão Universitária. Manaus. Disponívelem:https://www.ufmg.br/proex/renex/images/documentos/2012-07-13-Politica-Nacional-de-Extensao.pdfAcessoem: 15 out. 2017.

Goldenberg, M. (1999)A arte de pesquisar: como fazer pesquisa qualitativa em Ciências Sociais. X. Ed. Rio de Janeiro: Record.

Gutiérrez, R.(2002).EnablingthePracticeofMathematicsTeachers in Context: Toward a New EquityResearch Agenda. MathematicalThinkingand Learningv. 4, n. 2-3, p. 145-187.

Hilliard, A. (2003) No mystery: closing the achievement gap between Africans and excellence. In: Perry, T.; Steele, C.; Hilliard, A. (Eds.). Young, gifted and black: promoting high achievement among African American students. Boston: Beacon. p. 131-165.

Lubienski, S.T. (2008). On “gapgazing” in mathematics education: the need for gaps analyses. Journal for Research in Mathematics Education, v. 39, n. 4, p. 350-356.

Mészáros, I. (2002). Para além do capital. São Paulo: Boitempo.

Oliveira, L. F, Candau, V. M. F. (2010) Pedagogia Decolonial e Educação Antirracista e Intercultural no Brasil. In: Educação em Revista. Belo Horizonte, v. 26, nº 01, p. 15 - 40.

Rawls, J. (2002). Uma teoria da justice. Tradução de Almiro Pisetta e Linita Maria Rímoli Esteves. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes.

Robinson, J.P.; Lubienski, S.T. (2011) The development of gender achievement gaps in mathematicsandreadingduringelementaryandmiddleschoolexaminingdirectcognitiveassessmentsandteacher ratings. American Educational Research Journal, v. 48, n. 2, p. 268-302.

Serrazina. L.(2003).A formação para o ensino da matemática: perspectivas futuras. Educação. Matemática em Revista – SBEM, ano 10, n. 14, p. 67-73.

Silva, G. H. G. (2016) Equidade e educação matemática. Educação Matemática Pesquisa, v. 18, n. 1, p. 397-420.

Tardif, M. (2014).Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 2014.

Walsh, C. (2007).Interculturalidad Crítica/Pedagogia decolonial. In: Memórias Del Seminario Internacional Diversidad, Interculturalidad y Construcción de Ciudad, Bogotá: Universidad Pedagógica Nacional 17-19 de abril de 2007.

Publicado
2019-02-28
Como Citar
BARBOSA, G. DOS SANTOS; NETO, C. D. C.; GIRALDO, V. A. FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA: CRENÇAS SOBRE ENSINO E EMPODERAMENTO JUNTO À POPULAÇÃO LGBTQI. Perspectivas da Educação Matemática, v. 11, n. 27, 28 fev. 2019.
Seção
Diversidade, Diferença e Inclusão em Educação Matemática