Madame para uns, Satã para outros

uma leitura do corpo marginal em Madame Satã (2002), de Karim Aïnouz

Palavras-chave: Estudos Gays, Lésbicos e Transgêneros, João Francisco dos Santos/Madame Satã, interseccionalidade

Resumo

Os grupos hegemonicamente instalados na sociedade brasileira têm definido o que é aceitável para si e para os demais indivíduos, como a branquitude, a riqueza, a heterossexualidade, a cisgeneridade. Houve/há, porém, sujeitos que não possuem tais características e que, por isso, têm sido marginalizados, excluídos, violentados. E cada um responde e/ou resiste de alguma maneira a isso. Madame Satã foi um sujeito plural, complexo e ambíguo, de muitas características (negro, pobre, homossexual e malandro), sendo um sujeito observável aqui por um viés interseccional. O filme Madame Satã (2002), de Karim Aïnouz, é aqui utilizado como fonte e objeto para realizar a análise deste embate entre o os setores hegemônicos de nossa sociedade e o sujeito desviante.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Diego Aparecido Cafola, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS)

Turismólogo. Docente da rede estadual de ensino do estado de Mato Grosso do Sul. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/3449803652006088.

Referências

ALTMAN, Fábio. A arte da entrevista: uma antologia de 1823 aos nossos dias. São Paulo: Scritta, 1995.

ARANTES, José Estevão Rocha. Vivendo no entre-lugares: raça e homossexualidade na construção de identidades. In: COSTA, Horácio et al (org). Retratos do Brasil Homossexual: fronteiras, subjetividades e desejos. São Paulo, Editora da USP, 2010.

DURST, Rogério. Aquele malandro que viveu para contar. O Globo, Matutino, Segundo Caderno,24 de Dezembro de 1995, p. 2. Disponível em: <http://acervo.oglobo.globo.com/consulta-ao-acervo/?navegacaoPorData=199019951224>. Consultado em: 23 de Agosto de 2015.

GIGLIOTTI, Marcel. Madame Satã, principal personagem da boêmia. O Globo. Matutina, Jornais de Bairro, 20 de Dezembro de 1988, p. 28. Disponível em: <http://acervo.oglobo.globo.com/consulta-ao-acervo/?navegacaoPorData=198019881220>. Consultado em: 23 de Agosto de 2015.

LANZ, Letícia. O corpo da roupa: a pessoa transgênera entre a transgressão e a conformidade com as normas de gênero. Dissertação (Mestrado em Sociologia). Programa de Pós-Graduação em Sociologia do Departamento de Ciências Sociais, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2014.

LIMA, Vinicius. Madame Satã mata um guarda. O Globo. Matutina Geral, 01 de Novembro de 1951, p. 5. Disponível em: <http://acervo.oglobo.globo.com/consulta-ao-acervo/?navegacaoPorData=195019511101>. Consultado em: 23 de Agosto de 2015.

MATTOS, Romulo Costa. A construção da memória sobre Sete Coroas, o “criminoso” mais famoso da Primeira República. Anais do XV encontro regional de história da Anpuh-Rio, ISBN 978-85-65957-00-7 Disponível em: http://www.encontro2012.rj.anpuh.org/resources/anais/15/1338512062_ARQUIVO_SETECOROAS.pdf. Consultado em: 20 de Junho de 2015.

MORRE MADAME SATÃ, no hospital de Ipanema. O Globo. Matutina, Rio, 13 de abril de 1976, p. 11. Disponível em: <http://acervo.oglobo.globo.com/consulta-ao-acervo/?navegacaoPorData=197019760412>. Consultado em: 23 de Agosto de 2015.

PAEZZO, Sylvan. Memorias de Madame Satã. Rio de Janeiro: Lidado, 1972.

ROCHA, Gilmar. O rei da Lapa: Madame Satã e a malandragem carioca. Rio de Janeiro, 7letras, 2004.

RODRIGUES. Geisa. As múltiplas faces de Madame Satã: estética e política do corpo. Niterói, Ed. UFF, 2013.

Publicado
2015-12-29
Como Citar
CAFOLA, D. A. Madame para uns, Satã para outros. albuquerque: revista de história, v. 7, n. 14, p. 121-141, 29 dez. 2015.
Seção
Dossiê: Outras eróticas e desejos possíveis, vol. II