Artigo de Opinião: É possível (re)significar sua escrita?

Palavras-chave: Artigo de opinião, Prática Discursiva, Textualização, Linguística Aplicada

Resumo

Esta pesquisa justifica-se por cumprir um dos principais objetivos do ProfLetras que é a capacitação de professores de Língua Portuguesa para o exercício da docência no Ensino Fundamental. Para isso, buscamos ampliar nossa prática ao desenvolver com os estudantes a leitura e a produção textual do gênero artigo de opinião. Objetivamos propor a discussão de significados/conceitos estabilizados no artigo de opinião, visando a melhoria nas práticas significativas de leitura e de escrita pela mediação do professor-pesquisador. As perguntas que norteiam são: 1) Como o aluno se apropria de múltiplos discursos cotidianos e se posiciona frente ao outro? 2) Em que medida superar dificuldades ao ler e compreender na visão interacionista? Trata-se de uma pesquisa-ação na óptica de Thiollent (2000), com base na textualização e referenciação, Koch (2011) e Cavalcante (2013), além do viés com a Linguística Aplicada na interface com a abordagem discursiva, pelos conceitos de ensino e discurso, Geraldi (2010), Coracini (1995, 2003) e Orlandi (2012). A coleta do corpus ocorreu por meio da aplicação de uma proposta de Ensino e Produção de Textos fundamentada em Geraldi (1993, 1997, 2010). Os resultados indicaram progressões significativas em relação à leitura, compreensão e (re)significação.

Biografia do Autor

Eliane Aparecida de Moraes Della Vecchia, Educação Básica 2 da SEE/SP

Mestre em Letras pelo programa em Rede Nacional-UFRN PROFLETRAS 2016 no CPTL/UFMS, bolsista do CNPq 2015/2016, docente de Língua Portuguesa de Educação Básica 2 da SEE/SP, desde 2003.  Hoje atuando na Escola Estadual Profa. Rosa Mari de Souza Simielli.

Celina Aparecida Garcia de Souza Nascimento, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Doutora em Linguística e Língua Portuguesa/UNESP-Araraquara (2003) e Pós-Doutora em Linguística Aplicada/UNICAMP, sob a supervisão da Profa. Dra. Maria José Coracini, com bolsa do CNPq (2012). Líder do “Grupo Sul-mato-grossense de estudos da linguagem, discursos e identidades de crianças/adolescentes e adultos em situação de exclusão: escrita de si”, membro da Associação Latino-americana de Estudos do Discurso (ALED) e do GT “Práticas Identitárias em Linguística Aplicada” /ANPOLL. Desde 2018 integra o grupo de líderes do eixo da Educação da Associação Integra Costa Leste MS. Professora permanente Associado/Pesquisador Sênior (voluntário) no PPGLETRAS e PROFLETRAS–Rede Nacional da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Três Lagoas, MS, Brasil.

Referências

ABREU, A. S. A arte de argumentar: gerenciando razão e emoção. 5. ed. São Paulo: Ateliê Editorial, 2012.

AUTHIER-REVUZ, J. Palavras incertas: as não-coincidências do dizer. Trad. Claudia R. C. Pfeiffer et. al. Campinas-SP: Editora da Unicamp. 1998.

BAKHTIN, M. M. Estética da criação verbal. Tradução Paulo Bezerra. São Paulo: Martins Fontes. 2003.

BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília, 2022.

BRASIL. Bíblia Sagrada. Trad. CNBB-Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. 5 ed. Brasília-DF: Edições CNBB, 2021.

CARMAGNANI, A.M.G. Analisando as visões de leitura em LE de alunos de 3 grau. In: CORACINI, M. J. R. F. (Org.) O jogo discursivo na aula de leitura: língua materna e língua estrangeira. Campinas: Pontes, 1995.

CAVALCANTE, M. M. Anáfora e Dêixis: quando as retas se encontram. In: KOCH, I.V.; MORATO, E.M.; BENTES, A.C. Referenciação e Discurso. São Paulo: Contexto, 2005.

CAVALCANTE, M. M. Os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2013.

CAVALCANTE, M. M.; CUSTÓDIO FILHO, V.; BRITO, M.A.P. Coerência Referenciação e Ensino. São Paulo: Cortez, 2014.

CORACINI, M. J. R. F. (Org.) O jogo discursivo na aula de leitura: língua materna e língua estrangeira. Campinas: Pontes, 1995.

CORACINI, M. J. R. F. Interpretação, Autoria e Legitimação do Livro Didático: língua materna e língua estrangeira. Campinas-SP: Pontes, 1999.

ENGEL, G. I. Pesquisa-ação. Educar em Revista, Curitiba, n. 16, p. 181–191, 2000.

ESTADO. Secretaria da Educação do Estado – SEE. Proposta Curricular do Estado de São Paulo: Língua Portuguesa. São Paulo, 2008.

FREIRE, P. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo: Autores Associados / Cortez, 1989. (Coleção Polêmicas do Nosso Tempo; 4).

FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso. (Trad.). Laura F.A. Sampaio. 4.ed. São Paulo: Loyola,1998.

GALLO, S. L. Discurso da escrita e ensino. 2. ed. Campinas: Editora da Unicamp, 1992

GERALDI, J. W.(Org.). O Texto na Sala de Aula. São Paulo: Ática, 1997.

GERALDI, J. W. Portos de passagem. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

GERALDI, J. W. A aula como acontecimento. São Carlos: Pedro & João Editores, 2010.

GRIGOLETTO, M. A concepção de texto e de leitura do aluno de 1 e 2 graus e o desenvolvimento da consciência crítica. In: CORACINI, M. J. R. F. (Org.) O jogo discursivo na aula de leitura: língua materna e língua estrangeira. Campinas: Pontes, 1995.

KATO, M. No mundo da Escrita: uma perspectiva psicolinguística. 2.ed, São Paulo: Ática, 1987.

KAUFMANN, P. Dicionário Enciclopédico de Psicanálise: o legado de Freud e Lacan. Trad. Vera Ribeiro e Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Zahar, 1996.

KLEIMAN, Â. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. Campinas: Pontes, 1989.

KLEIMAN, Â. Oficina de Leitura: teoria e prática. Campinas: Pontes, 1993.

KLEIMAN, Â. Leitura: ensino e pesquisa. 2. ed. Campinas: Pontes, 2004.

KOCH, I. G. V. Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Cortez, 2002.

KOCH, I. G. V. Referenciação e orientação argumentativa. In: KOCH I. G. V.; MORATO, E. M.; BENTES, A. C. (Orgs.). Referenciaçao e Discurso. São Paulo: Contexto, 2005.

KOCH, I. G. V. Argumentação e linguagem. 13. ed. São Paulo: Cortez, 2011.

KOCH, I. G. V.; ELIAS, V. M. Ler e escrever: estratégias de produção textual. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2015.

LOBO, L. F. Os infames da História: pobres, escravos e deficientes no Brasil. Rio de Janeiro: Lamparina, 2008.

MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola, 2008.

MOIRAND, S. Discursos sobre a ciência e posicionamentos ideológicos: retorno sobre as noções de formação discursiva e de memória discursiva. Tradução Nilton M.; Roberto L. Baronas.

NUNES, J. H. Aspectos da forma histórica do leitor brasileiro na atualidade. In: ORLANDI, E. P. (Org.). A leitura e os leitores. Campinas: Pontes, 1998. p. 25–46.

ORLANDI, E. P. A leitura proposta e os leitores possíveis. In: ______. (Org.). A leitura e os leitores. Campinas, SP: Pontes, 1998. p. 07–24

ORLANDI, E. P. Interpretação; autoria, leitura, e efeitos do trabalho simbólico. 4. ed. Campinas-SP, Pontes, 2004.

PÊCHEUX, M. Semântica e Discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. Trad. Eni Orlandi et al. Campinas: Editora da UNICAMP, 1988.

SOUZA, D. M. In: CORACINI, M. J. R. F. (Org.) O jogo discursivo na aula de leitura: língua materna e língua estrangeira. Campinas: Pontes, 1995

THIOLLENT, M. Metodologia da pesquisa-ação. São Paulo: Cortez. 2000.

Publicado
2023-12-31
Como Citar
DELLA VECCHIA, E. A. DE M.; GARCIA DE SOUZA NASCIMENTO, C. A. Artigo de Opinião: É possível (re)significar sua escrita?. Revista Ensin@ UFMS, v. 4, n. 8, p. 126-151, 31 dez. 2023.
Seção
Dossiê