Violência, massacre e vingança em Carrie de Brian de Palma: corpos políticos e monstruosidades
Abstract
O objetivo desse trabalho é pensar as possíveis dimensões políticas do filme Carrie, dirigido por Brian De Palma, e lançado em 1976. Ao atualizar as leituras do filme a partir das políticas e tecnologias de corpos, aproximo Carrie ao romance gótico de Mary Shelley, de 1816. Trata-se de narrativas que possuem pontos de tangência ao abordarem a questão da exclusão por causa da aparência monstruosa; corpo e pele como materiais e matérias que pode-se costurar, modificar, transformar; monstruosidades que são ativas pelo desejo de vingança contra seus criadores – nesse sentido, penso Carrie como um monstro que é fabricado por diversas mãos e não apenas pela figura da mãe-criadora. Ao estabelecer esses paralelos, gostaria de propor que Carrie opera uma destruição simbólica e políticas das estruturas de opressão. Em última instância, Carrie e o monstro de Frankenstein se vingam politicamente de um sistema que não os permite.References
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