Poemas de Manoel de Barros em Crianceiras, de Márcio de Camillo: uma leitura semiótica
Resumen
Este estudo busca compreender os efeitos de sentido produzidos, em nível geral, em duas canções pertencentes a obra “Crianceiras” de Márcio de Camillo, na qual o cantor sul-mato-grossense musicaliza dez poemas de Manoel de Barros, escritor cuiabano dedicado a (res) significar o universo pantaneiro por meio de seu singular manejo da linguagem. Toma como embasamento os pressupostos teórico-metodológicos difundidos pela Semiótica francesa que postula como seu objeto o texto e com isso se incumbe de elucidar não somente o que ele significa, mas como essa significação se constrói. Isso é proposto por meio do percurso gerativo de sentido, constituído por três níveis: o fundamental, o narrativo e o discursivo, organizado do mais simples e abstrato ao mais complexo e concreto. A partir disso, a análise realizada recorre ao conceito de isotopia, isto é, a reincidência de temas e figuras presentes no texto, situados no nível discursivo, considerados como o seu fundamento semântico-ideológico, sendo, portanto, essencial a sua interpretação. Os resultados apontam a possibilidade de constituição de discursividades que mostram um aflorar de sentidos imbricando, mesmo no plano da utopia, uma relação eufórica do homem com a natureza.
Citas
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