Ensino de operações de frações para estudantes cegos: Uma possibilidade de adaptação curricular
Resumo
Na perspectiva da inclusão escolar a educação é direito de todos, e para garantir esse direito é preciso que a escola realize modificações para atender a diversidade de estudantes, e dentre estas está prevista a adaptação curricular, que consiste em diversificar a maneira de ensinar de acordo com as especificidades dos estudantes, ou seja, oferecer atividades que possibilitem aprendizagem de todos os conteúdos e conhecimentos previstos para a educação básica. Considerando a relevância da matemática no processo de ensino e aprendizagem e o atual cenário de inclusão escolar surgiu a inquietação: Como ensinar fração para estudantes cegos? E, a partir das interações e reflexões decorrentes da participação em um curso de extensão sobre o tema inclusão escolar desenvolvemos este relato de experiência que tem como objetivo descrever uma possibilidade de adaptação curricular para ensino de operações com frações para estudantes com cegueira. A adaptação curricular descrita foi desenvolvida considerando as características e especificidades de aprendizagem de pessoas com cegueira e do ensino de matemática de maneira contextualizada para desafiar e motivar estudantes a aprender por meio de situações problemas. A sequência de atividades descrita para o ensino de frações para pessoas cegas foi desenvolvida com recursos de baixo custo, demonstrando que adaptação curricular é possível, mas requer troca de informações, ideias e experiencias entre professores e profissionais que atuam na educação.
Referências
BERTONI, N. E. A construção do conhecimento sobre número fracionário. Boletim de Educação Matemática, v. 21, n. 31, p. 209-237, 2008.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br. Acesso em: 8 jul. 2021.
BRASIL, Lei Brasileira de Inclusão nº 13.146 de 2015. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm. Acesso em: 8 jul. 2021.
BRASIL, Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva de 2008. Disponível em: portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/politica.pdf Acesso em: 8 jul. 2021.
BRASIL, Programa de Capacitação de Recursos Humanos do Ensino Fundamental: deficiência visual vol. 1 fascículos I – II – III / Marilda Moraes Garcia Bruno, Maria Glória Batista da Mota, colaboração: Instituto Benjamin Constant. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2001. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/def_visual_1.pdf. Acesso em: 8 jul. 2021.
BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) nº 9394de 1996. Disponível em: http://portal.mec.gov.br. Acesso em: 8 jul. 2021.
BRAWAND, A; JOHNSON, N. Effective methods for delivering mathematics instruction to students with visual impairments. Journal of Blindness Innovation and Research. National Federation of the Blind. v. 6, n. 1, 2016. Disponível em: https://nfb.org/images/nfb/publications/jbir/jbir16/jbir060101abs.html. Acesso em: 8 jul. 2021.
JANUZZI, G. S. M. A educação do deficiente no Brasil: dos primórdios ao início do século XXI. Campinas, São Paulo: Autores associados, 2004.
LOPES, S. Adaptação Curricular: O Que É? Por Quê? Para Quem? E Como Fazê-La? Educação Básica Revista, vol.3, n.1, p.1-27, 2017.
LUPINACCI, M. L. V; BOTIN, M. L. M. Resolução de problemas no ensino de matemática. In: Anais do VIII Encontro Nacional de Educação Matemática, Recife, p. 1-5, 2004. Disponível em: http://www.sbembrasil.org.br/files/viii/pdf/02/MC18361331034.pdf. Acesso em: 8 jul. 2021.
MAZZOTTA, M. J. S. Educação Especial no Brasil – História e Políticas Públicas. 5. Ed. São Paulo: Editora Cortez, 2005.
MOLLOSSI, L. F. S. B. Educação Matemática no Ensino Fundamental: Um Estudo de Caso com Estudante Cego. 2013.Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Licenciatura em Matemática). Universidade do Estado de Santa Catarina, Joinville, 2013. Disponível em: https://sistemabu.udesc.br/pergamumweb/vinculos/00001a/00001ad9.pdf. Acesso em: 8 jul. 2021.
MULTIPLANO. Multiplano: quem somos. Disponível em: http://multiplano.com.br/multiplano-quem-somos . Acesso em: 8 jul. 2021.
NUNES, T; BRYANT, P. Understanding rational numbers and intensive quantities, Paper 3: Understanding rational numbers and intensive quantities. University of Oxford. 2007.
UBER, A. O ensino da matemática para o educando cego. In: V Congresso Brasileiro Multidisciplinar de Educação Especial. Londrina, PR, 2009. p 2960- 2970.
SARACHO, O. N. An integrated play-based curriculum for young children, 1. Ed. Routledge, 2020.
SCHOENFELD, A. H. Learning to think mathematically: Problem solving, metacognition, and sense making in mathematics. In: D. Grouws (Ed.), Handbook for Research on Mathematics Teaching and Learning, p. 334-370. New York: MacMillan, 1992.
SCRUGGS, T. E.; MASTROPIERI, M. A.; BERKELEY S.; GRAETZJ. E. Do special education interventions improve learning of secondary content? A meta-analysis. Remedial and Special Education, v. 31, n. 6, p. 437-449, 2010. Disponível em: https://eric.ed.gov/?id=EJ904253. Acesso em: 8 jul. de 2021.

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
- Os autores mantém os direitos autorais e concedem à Revista ENSIN@ UFMS o direito de primeira publicação.
- Os autores podem entrar em acordos contratuais adicionais e separados para a distribuição não exclusiva da versão publicada do artigo (por exemplo, em um repositório institucional ou em um livro), seguindo os critérios da licença Creative Commons CC BY–NC–SA e um reconhecimento de sua publicação inicial na Revista Ensin@ UFMS.
- Os autores são permitidos e incentivados a distribuírem livremente os artigos publicados na Revista Ensin@ UFMS em suas páginas pessoais e em repositórios institucionais de divulgação científica, após a publicação, sem qualquer período de embargo.
A Revista ENSIN@ UFMS se reserva o direito de publicar os artigos em seu site ou por meio de cópia xerográfica, com a devida citação da fonte.