A BNC-Gestão e as Demandas Sobre o Papel do Gestor Escolar no atual Contexto Educacional
Resumo
Este artigo busca abordar a relação da BNC-Gestão - Base Nacional Comum de Competências do diretor Escolar com as reformas políticas na educação brasileira que, desde 1990, vem impactando os sistemas de ensino no que concerne a padronização, regulação e parametrização da educação básica. A metodologia estrutura-se na pesquisa qualitativa com aporte nas pesquisas bibliográficas e documentais, com o objetivo de analisar a relação das políticas púbicas que normatizam as reformas educacionais pactuadas nos ordenamentos neoliberais que coadunam com as propostas dos organismos hegemônicos do capital. Em conformidade com a intencionalidade deste trabalho, as leituras de autores como Laval (2004), Lima (2001), Bernardi, Uczack e Rossi (2018), Mészáros (2008), Freitas (2018), Paro (2010), Shiroma, Moraes e Evangelista (2011) e Giareta (2021, 2022), que possuem grande relevância no que tange a compreensão e demonstração da ação dos organismos multilaterais nas políticas públicas que ressoam na afetação do sistema educacional brasileiro em consonância com os aparatos ideológicos do capital. De fato, as reformas em curso desde 1990, e aprofundadas com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2017), atendem as demandas da hegemonia dominante. Deste modo, as instituições escolares buscam aderir às políticas educacionais, como a BNC-Gestão, e se adequarem aos novos arranjos da agenda política afim de resguardar as possíveis sanções que mediante os documentos normativos venham a sofrer.
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