Formação inicial de licenciandos: a urgência de uma Educação Ambiental Crítica e Emancipatória
Resumo
A sociedade dotada de desafios ambientais, sociais e econômicos exige que o professor esteja preparado para trabalhar diferentes temáticas de modo que possa despertar um posicionamento crítico acerca dessas questões, para tanto, o professor necessita ter uma formação que almeje a transformação social. Esse trabalho visa refletir sobre a educação ambiental na perspectiva do racismo ambiental e da promoção da justiça ambiental, buscando identificar a presença dessa temática no Encontro de Pesquisa em Educação Ambiental (EPEA) entre os anos de 2017 e 2023. A pesquisa qualitativa e documental utilizou a análise de conteúdo de Bardin (1997) para a coleta e análise dos dados. A temática do racismo ambiental associada aos trabalhos de educação ambiental publicados no EPEA, no intervalo de tempo pesquisado, é pouco expressiva, evidenciando a necessidade da inserção dessa perspectiva de modo mais aprofundado e frequente nos cursos de formação de professores. A literatura mostra a dificuldade das Universidades em trabalhar com a educação ambiental interdisciplinar e crítica, tendo como um dos fatores principais, a deficiência dessa abordagem nos currículos das licenciaturas, fator este que contribui para a não implementação deste ensino na educação básica. É preciso formar professores capazes de ultrapassar o ensino de conhecimentos específicos das suas áreas, sobretudo no que se refere à educação ambiental, buscando promover um ensino que verse sobre as questões socioambientais. A educação ambiental crítica é capaz de promover transformação social e para que ela aconteça, o debate sobre o racismo ambiental e a busca por justiça ambiental, é imprescindível.
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