Depois de todas as temáticas abordadas pelos Cadernos de Estudos Culturais (ISSN: 2763-888X) — 1º volume: Estudos culturais (abril de 2009); 2º volume: Literatura comparada hoje (setembro de 2009); 3º volume: Crítica contemporânea (abril de 2010); 4º volume: Crítica biográfica (setembro de 2010); 5º volume: Subalternidade (abril de 2011); 6º volume: Cultura local (dezembro de 2011); 7º volume: Fronteiras culturais (abril de 2012); 8º volume: Eixos periféricos (dezembro de 2012); 9º volume: Pós-colonialidade (abril de 2013); 10º volume: Memória cultural (dezembro de 2013); 11º volume: Silviano Santiago: uma homenagem (abril de 2014); 12º volume: Eneida Maria de Souza: uma homenagem (dezembro de 2014); 13º volume: Povos indígenas (abril de 2015); 14º volume: Brasil\Paraguai\Bolívia (dezembro de 2015); 15º volume: Ocidente/Oriente: migrações; 15º volume: Estéticas periféricas (abril de 2016) — os CADERNOS DE ESTUDOS CULTURAIS voltam-se para CULTURA URBANA, por entender que com o crescimento geográfico e populacional das cidades torna-se importante discutir acerca das culturas urbanas neste momento em que as fronteiras se dilatam e as pessoas tornam-se refugiadas, ou estranhas, em sua própria casa, local, cidade ou país. Na verdade, a rubrica Cultura urbana contempla muitas culturas e algumas, apesar de estarem dentro das cidades, nem são tão urbanas asssim. As cidades têm seus centros, mas têm também suas periferias. E estas periferias têm seus centros e uma vida não menos urbana. Pluralizam-se as cidades, os centros e as periferias, bem como os shoppings por onde as pessoas transitam, os lugares todos, como as praças, os bares, as filas, os mercados, as ruas e, por conseguinte, há um desdobramento conceitual do mundo ao redor. Urbano e não urbano, centros e periferias, comunidades e bairros, cada lugar geográfico propõe também uma discussão geocultural. Cada vez mais, temos culturas, no plural. E é também de forma pluralística que devemos pensar. As cidades extravasaram para o seu fora, e vice-versa, rompendo as fronteiras que existiam entre as culturas. Leituras pós-modernas vêm sendo feitas no sentido de alargar a discussão acerca das culturas urbanas. Outras leituras têm se detido, assentadas estas em outras epistemologias, como as leituras pós-colonais. Ao se deterem nas diferenças coloniais existentes no mundo contemporâneo, as leituras pós-coloniais propõem especificidades importantes entre os lóci e, por extensão, entre as culturas e as pessoas. De qualquer forma, com o mundo em movimento como vem acontecendo neste momento no planeta, nunca é demais se deter acerca de conceitos que nos situam melhor deste mesmo mundo que nos sobrou para viver. Dentro ou fora, urbano ou não, os lugares passam a ser o começo para as reflexões do presente. Os CADERNOS DE ESTUDOS CULTURAIS (desde 2009), como se pode ver por meio das temáticas publicadas, vêm sinalizando acerca da importância de se privilegiar o que é da ordem da exterioridade do pensamento moderno ocidental. E aqui cabe a pergunta: a Cultura urbana é da ordem da exterioridade ou da interioridade? Qualquer resposta nesse sentido seria precipitada. De modo que é preciso, e até meio urgente, que se faça uma longa discussão sobre as localizações das culturas, sejam elas urbanas ou periféricas, pertencentes ao primeiro, segundo ou terceiro mundo, pouco importa; porque o que importa mesmo é que as culturas estão em todos os lugares do planeta, das cidades, dos bairros e das ruas, neste século 21. Cabe-me a feliz tarefa de agradecer a todos os autores que aceitaram participar deste volume, enriquecendo-o com seu ensaio. Agradeço, também, aos editores-assistentes Marcos Antônio Bessa-Oliveira e José Francisco Ferrari, que não medem esforços para que os CADERNOS venham a público, bem como a todos da COMISSÃO ORGANIZADORA e MEMBROS do NECC. Gratidão traduz o que todos os neccenses sentimos pelos ilustres pesquisadores deste volume, sem os quais a temática proposta não seria possível para a realização deste número que entra para a história da crítica cultural quando o assunto for CULTURA URBANA.

Publicado: 2017-08-08

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