Literatura: a voz da escritora negra
Abstract
O presente artigo discute como a representação das experiências das mulheres negras por meio da literatura contribuem para eliminar o racismo presente nas relações sociais. Racismo que é reforçado pela estética do branqueamento veiculada pela mídia e fortalecido pela exclusão dessa literatura do cânone literário. Nesse caso, torna-se fundamental refletir sobre a importância da literatura negra como uma marca de pertencimento étnico, dando voz a um grupo silenciado e marginalizado historicamente. Reivindicar uma literatura negra com o recorte de gênero é desconstruir o mito de inferiorização, é reivindicar a alteridade não como apartação, mas sim como uma valorização da marca de pertencimento étnico. Por isso, a publicação e a análise de obras de escritores negros constituem uma necessidade política de desconstruir “verdades” cristalizadas pela misoginia e pelo racismo. A pluralização das vozes no espaço literário pode tirar a literatura da servidão a um pensamento hegemônico de uma sociedade dominadora. Escrever, publicar e ensinar é afirmar um espaço, ecoando a voz e marcando a existência.
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