Efeitos de sentido das variações timbrísticas no álbum “Música de Brinquedo”, da banda Pato Fu
Resumen
O presente trabalho analisa semioticamente os efeitos de sentido criados pela variação timbrística nos rearranjos do álbum “Música de Brinquedo”, da banda Pato Fu. Para tal, emprega-se o aporte teórico da semiótica greimasiana (GREIMAS; COURTÉS, 2012 [1979]; GREIMAS 2014 [1983]), bem como seus desenvolvimentos aplicados à canção popular de consumo (TATIT, 1997, 2002, 2004). A análise do material revelou quatro estratégias enunciativas básicas: (i) dissolução e dispersão das famílias timbrísticas, (ii) a redução das durações de notas e acordes sustentados, (iii) o alçamento em direção aos registros agudos e (iv) a atenuação das potências sonoras. Esse conjunto de estratégias cria uma fisionomia global relacionada à voz pré-pubertária, que colabora para criar efeitos de sentido que remetem ao universo do lúdico e do infantil.
Citas
BADIR, Sémir; PARRET, Herman. Présentation. In: BADIR, Sémir; PARRET, Herman (Orgs.). Puissances de la voix: corps sentant, corde sensible. Limoges: Pulim, 2001.
CARMO JR., José Roberto do. Da voz aos instrumentos musicais: um estudo semiótico. São Paulo: Annablume/Fapesp, 2005.
COELHO, Márcio Luiz Gusmão. Alotimbre: processos de covariação no arranjo da canção popular brasileira. Estudos Linguísticos, vol. 33, p. 400–405, 2004.
COELHO, Márcio Luiz Gusmão. O arranjo como elemento orgânico ligado à canção popular brasileira: uma proposta de análise semiótica. Tese de Doutorado, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, 2007.
CORNUT, Guy. La voix. 3. ed., Paris: PUF, 1983.
DIETRICH, Peter. Araçá Azul: uma análise semiótica. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. 2003. 197 f.
DIETRICH, Peter. Semiótica do discurso musical: uma discussão a partir das canções de Chico Buarque. Tese de Doutorado, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, 2008.
GREIMAS, Algirdas Julien; COURTÉS, Joseph. Dicionário de semiótica. São Paulo: Contexto, 2012 [1979].
GREIMAS, Algirdas Julien. Sobre o sentido II. São Paulo: Nankin/EDUSP, 2014 [1983].
HJELMSLEV, Louis. Prolegômenos a uma teoria da linguagem. São Paulo: Perspectiva, 2006 [1943].
MAFRA, Matheus Henrique. Um álbum de canções: reflexões semióticas sobre Canções Praieiras. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. 2019. 164 f.
PATO FU. Música de Brinquedo. Rotomusic. 2010. 1 CD. 41 min.
TAKAI, Fernanda; ULHOA, John. Entrevista com Pato Fu, curiosidades da banda e tudo sobre o 10º CD, Música de brinquedo. Rádio CBN, São Paulo, 09/10/2010. Programa Cesta de música. Disponível on-line em: <http://cbn.globoradio.globo.com/programas/cesta-de-musica/2010/10/09/ENTREVISTA-COM-PATO-FU-CURIOSIDADES-DA-BANDA-E-TUDO-SOBRE-O-10-CD-MUSICA-DE-BRINQUED.htm>.Último acesso em 19/04/2021.
TATIT, Luiz. Musicando a Semiótica. São Paulo: Annablume/FAPESP, 1997.
TATIT, Luiz. O cancionista: composição de canções no Brasil. São Paulo: EDUSP, 2002.
TATIT, Luiz. O século da canção. São Paulo: Ateliê Editorial, 2004.
TATIT, Luiz. Todos entoam: ensaios, conversas e canções. São Paulo: Publifolha, 2007
SHIMODA, Lucas Takeo. O estatuto conotativo do timbre em semiótica da canção. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014.
ZÉ RAMALHO. Frevo Mulher. In: A peleja do Diabo com o Dono do Céu. 1979. Sony Music Entertainment Brasil. 1 CD. 53 min.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional.