O QUE PENSAM OS HOMENS PROFESSORES QUE TRABALHAM COM CRIANÇAS? ANÁLISE DE SUAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS

  • Josiane Peres Gonçalves UFMS/CPNV
  • Viviane de Souza Correia de Carvalho UFMS/CPNV
Palavras-chave: Professor. Educação. Gênero. Homem.

Resumo

O presente estudo tem por objetivo investigar as representações sociais de homens professores que atuam com crianças dos anos iniciais do Ensino Fundamental em escolas públicas de um município do interior do Estado de Mato Grosso do Sul. Por meio da pesquisa bibliográfica, buscamos refletir sobre os principais preconceitos vivenciados por homens professores ao atuar em uma profissão que é vista socialmente como feminina. A pesquisa de campo foi realizada em duas etapas, sendo a primeira de natureza quantitativa, em que buscamos identificar quantos homens atuavam como docentes nos anos iniciais do município pesquisado e essas informações foram relevantes para estabelecer critérios e então realizar a segunda etapa da pesquisa, de natureza qualitativa, por meio de entrevistas semiestruturadas, que posteriormente foram transcritas, sistematizadas e analisada. Constatamos que são poucos os docentes do gênero masculino e a maioria trabalha apenas com a disciplina de Educação Física e também na área de gestão escolar. Apenas 10 (dez) docentes eram professores regentes e trabalhavam praticamente com as turmas de 4º e 5º ano. Assim, para a realização das entrevistas, foram selecionados quatro professores de diferentes escolas, sendo um de Educação Física e três regentes. Os resultados indicam que os professores entrevistados consideram relevante a presença masculina atuando como professores de crianças; ressaltam sobre a importância da autoridade, que impõe respeito ao aluno, sendo esta habilidade mais frequente entre os homens professores; destacam a questão salarial como um dos principais fatores que desestimula outros homens a fazerem a opção pela profissão docente.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Josiane Peres Gonçalves, UFMS/CPNV
Doutora em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Mestre em Psicologia Social e da Personalidad epela mesma insituição. Professora da Universidade Federal de Mato Grosos do Sul Câmpus de Naviraí (UFMS/CPNV).  Líder do "Grupo de Estudo e Pesquisa em Desenvolvimento, Gênero e Educação" (GEPDGE).
Viviane de Souza Correia de Carvalho, UFMS/CPNV

Graduanda em Pedagogia pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Câmpus de Naviraí (UFMS/CPNV). Integrante do "Grupo de Estudo e Pesquisa em Desenvolvimento, Gênero e Educação" - (GEPDGE). Bolsista de Iniciação UFMS AF.

Referências

ALMEIDA, S. C.; SANTOS, M. C. A. B.; ROSSI, T. M. F. Representações sociais de professores do ensino fundamental sobre violência intrafamiliar. Psicologia: teoria e pesquisa. Brasília, v. 22, n. 3, 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo>. Acesso em: 23 mar. 2014.

ARROYO, Miguel G. Ofício de mestre: imagens e auto-imagens. 5º Ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2002.

BRUSCHINI, C.; AMADO, T. Estudos sobre mulher e educação. Cadernos de Pesquisa. São Paulo, n. 64, Fev. 1988, p. 4-13.

CAMPOS, C. C. G.; SOUZA, S. J. Mídia, cultura do consumo e constituição da subjetividade na infância. Psicologia, Ciência e Profissão, v. 23, n. 1, Brasília, Mar. 2003, p. 12-21.

DUARTE, R. Pesquisa Qualitativa: reflexões . Sobre o trabalho de campo: Disponível em: www.scielo.br/pdf/cp/n115/ Departamento de Educação da Pontifícia Universidade do Rio Grande do Sul, 2002. Acesso em 16 de outubro de 2013.

GONÇALVES, J.P. Representações Sociais de Bem-Estar Docente e Gênero em Homens que Tiveram Carreiras Bem-sucedidas no Magistério. 2009. 233f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, PUCRS, Porto Alegre, 2009.

HYPÓLITO, A. L. M. Trabalho docente, classe social e relações de gênero. Coleção Magistério, Formação e Trabalho Pedagógico. Campinas, SP: Papirus, 1997.

LOURO, G. L. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. 9. ed. Petrópolis: Vozes, 2007.

MOSCOVICI, S. Representações sociais: investigações em psicologia social. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.

NEGRI, A. R. A. Identidade de gênero e escolha. 1998. 82 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia Social) – Faculdade de Psicologia, UGF, Rio de Janeiro, 1988.

NEVES, J. L. Pesquisa qualitativa – características, usos e possibilidades. Caderno de Pesquisa em Administração, São Paulo, vol. 1, nº 3, 2º semestre 1996.

PINCINATO, D. A. V. História do magistério: experiências masculinas na carreira administrativa no Estado de São Paulo (1950-1980). In: Reunião da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa Em Educação, 27, 2004, Caxambu. Anais eletrônicos. Rio de Janeiro: Anped, 2004.

RABELO, A. O. Professores discriminados: um estudo sobre os docentes do sexo masculino nas séries do ensino fundamental. Educação e Pesquisa. São Paulo, v. 39, n. 4, out./dez. 2013, p. 907-925.

RIBEIRO, J. S. B. Brincadeiras de Meninas e de Meninos: socialização, sexualidade e gênero entre as crianças e a construção social das diferenças. Cadernos Pagu. São Paulo, nº 26, 2006, p. 145-168.

SANTOS, W. T. M. Modelos de masculinidade na percepção de jovens homens de baixa renda. Barbarói, Santa Cruz do Sul, n. 27, jul./dez. 2007, p. 130- 157.

TARDIF, M.; RAYMOND, D. Saberes, tempo e aprendizagem no trabalho do magistério. Educação & Sociedade, ano XXI, nº 73, Dez./2000, p. 209-244.

Publicado
2014-12-05
Como Citar
Peres Gonçalves, J., & de Souza Correia de Carvalho, V. (2014). O QUE PENSAM OS HOMENS PROFESSORES QUE TRABALHAM COM CRIANÇAS? ANÁLISE DE SUAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS. Perspectivas Em Diálogo: Revista De Educação E Sociedade, 1(2), 34-49. Recuperado de https://periodicos.ufms.br/index.php/persdia/article/view/138
Seção
Artigos de demanda contínua