As fronteiras da educação do campo na fronteira Brasil-Bolívia em tempos de Covid 19

Resumo

O movimento transitório de pessoas em espaços fronteiriços permite a partilha de relações e inserções das nacionalidades envolvidas. Na fronteira Brasil-Bolívia verifica-se um número expressivo de estudantes que moram no país boliviano cruzarem a fronteira para estudar em escolas brasileiras. A partir dessa realidade, o presente estudo teve como objetivos: investigar as fronteiras para a inserção de alunos residentes na Bolívia, em Escolas do Campo da Rede Municipal de Ensino do município de Corumbá, partindo da percepção dos gestores escolares e professores, bem como, as fronteiras presentes no currículo escolar ao considerar a diversidade sociocultural dos estudantes e o atendimento antes e durante a pandemia por COVID-19. O lócus da pesquisa foi uma escola do campo, localizada próximo a linha de fronteira, que recebe anualmente um número significativo de estudantes vindos da Bolívia. Dentre os procedimentos metodológicos, utilizou-se de pesquisa bibliográfica, documental e de campo (coleta de dados realizada através de entrevista, com gestores e professores, que estão em contato com os alunos bolivianos). Diante dos dados elencados, constatou-se dificuldades existentes no âmbito educacional em torno da fronteira linguística, e que tornou-se mais significativa a partir da nova realidade educacional estabelecida a partir da pandemia por Covid-19. Mas, apesar das perdas educacionais, econômicas, relacionais e, principalmente de vidas humanas ceifadas, houveram superações, mesmo que tímidas, na educação escolar do campo, sendo entretanto essencial que essas escolas sejam compreendidas e atendidas de acordo com as pluralidades espaciais e culturais em que estão alicerçadas.

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Biografia do Autor

Thaís Isis da Cruz Vera, Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)

Mestre em Educação e Territorialidade pela Faculdade Intercultural Indígena da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Graduada em Psicologia pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) campus do Pantanal.

Andréia Sangalli, Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)

Doutora em Produção Vegetal pela Universidade Federal da Grande Dourados- UFGD, com Pós-Doutorado pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP-Botucatu). Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação e Territorialidade da Faculdade Intercultural Indígena- FAIND da Universidade Federal de Grande Dourados (UFGD).

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Publicado
2023-11-16
Como Citar
da Cruz Vera, T. I., & Sangalli, A. (2023). As fronteiras da educação do campo na fronteira Brasil-Bolívia em tempos de Covid 19. Perspectivas Em Diálogo: Revista De Educação E Sociedade, 10(24), 75-97. https://doi.org/10.55028/pdres.v10i24.17735