Crianças com deficiência (também) criam performance?!
Resumo
Neste texto, compartilhamos o processo e resultados da metodologia de intervenção (primeiro momento) de um projeto de pesquisa realizado junto à comunidade da APAE, que busca compreender de que forma crianças com deficiência se envolvem na realização de práticas artísticas e musicais e quais são os processos educativos decorrentes da realização dessas práticas. A intervenção (15 encontros ao todo) foi realizada com base nos princípios pedagógicos do educador brasileiro Paulo Freire e o referencial teórico se sustenta principalmente nos conceitos de práticas sociais e educação para crianças com deficiência. De natureza qualitativa e inspiração fenomenológica, os instrumentos de coleta de dados foram os diários de campo, fotos, filmagens e entrevistas, com posterior análise ideográfica e nomotética (segundo momento). Como considerações, mesmo em face das inúmeras dificuldades e desafios enfrentados, podemos dizer que crianças com deficiência são capazes de aprender letras e melodias, intervir/questionar/modificar letras de canções, movimentar-se e executar percussão corporal, compreender e atuar no contexto do desenrolar de uma história, aguardando a vez de falar/cantar/percutir/encenar, enfim, comportar-se como ator social, pessoa no mundo de diferentes condições e possibilidades.
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