Educação 4.0: a estética pós-humana na educação em ciências

Resumo

A Inteligência Artificial está intrudindo os diversos espaços e campos de saber. É eminente que se problematize a articulação de tais tecnologias com a produção da ciência, da educação, de conhecimento e, sobretudo, a produção de subjetividades. Este ensaio faz uma revisão e uma analítica de um arquivo, que tem como temática os estranhamentos e os efeitos da Inteligência Artificial na ciência e, conseguinte, na educação. O que se desenha é uma estratégia biopolítica, em que a confluência da sustentabilidade e das tecnologias inteligentes produzem uma estética pós-humana. Como educadores em ciências, temos a responsabilidade urgente de discernir e participar na construção dessa sociedade emergente, promovendo uma analítica em nossos espaços, para além de uma tecnofobia ou de uma tecnolatria, mas que entenda os efeitos dessa nova revolução industrial, e atue na produção de políticas que evitem o margeamento e até a exclusão/eliminação dos sujeitos.

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Biografia do Autor

Jorge Goulart de Candido, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Mestre em Educação em Ciências pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Graduado em Licenciatura em Química (UFRGS).

Rochele de Quadros Loguercio, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Doutora e Mestre em Educação em Ciências pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com Pós-doutorado em Filosofia pela Universidad Complutense de Madrid. Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências da UFRGS.

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Publicado
2023-11-16
Como Citar
Candido, J. G. de, & Loguercio, R. de Q. (2023). Educação 4.0: a estética pós-humana na educação em ciências. Perspectivas Em Diálogo: Revista De Educação E Sociedade, 10(24), 181-198. https://doi.org/10.55028/pdres.v10i24.18032