A infância na Bolívia: uma perspectiva decolonial

Resumo

Este artigo investiga a construção social da infância na Bolívia a partir de uma perspectiva decolonial. Focamos em artefatos culturais como brincadeiras e literatura para analisar como práticas culturais refletem e perpetuam dinâmicas de poder colonial. Utilizamos uma abordagem de análise bibliográfica e documental, fundamentada nas teorias de Aníbal Quijano (1992), Walter Mignolo (2007) e Silvia Rivera Cusicanqui (2010), além da análise de discurso de Michel Foucault (1972). O texto faz um contraponto à visão eurocêntrica da infância, destacando as influências religiosas dos ancestrais indígenas, a realidade das crianças que vivem nos Andes, enfrentando grandes altitudes, e a concepção da infância latina que valoriza as identidades culturais locais. A análise de artefatos culturais revelou tanto a perpetuação de estereótipos coloniais quanto iniciativas de resistência e valorização das identidades culturais locais.

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Biografia do Autor

Tarissa Marques Rodrigues dos Santos, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Doutoranda em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2022), Mestra em Estudos Fronteiriços pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2021), Especialista em Alfabetização e Letramento pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2022), Especialista em Artes Visuais pela Faculdades Integradas de Jacarepaguá (2011) e Gestão Escolar pelo Centro Universitário Barão do Mauá( 2012) graduada em Pedagogia pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (2008). Professora Efetiva- Séries Iniciais na Rede Municipal de Ensino em Corumbá MS. Professora Efetiva- Séries Iniciais na Rede Municipal de Ensino em Ladário MS. É Membro do Projeto de Pesquisa Literatura, Fronteira e Sociedade (LIFROS) e do Grupo de Estudo e Pesquisa em Desenvolvimento, Gênero e Educação (GEPDGE). 

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Publicado
2024-10-30
Como Citar
Santos, T. M. R. dos. (2024). A infância na Bolívia: uma perspectiva decolonial. Perspectivas Em Diálogo: Revista De Educação E Sociedade, 11(28), 40-50. https://doi.org/10.55028/pdres.v11i28.21213