Formação Docente versus Gêneros e Sexualidades: Um Florilégio de Discussões nos Currículos de Licenciaturas nas Instituições Públicas do Rio Grande do Sul
Resumo
O presente artigo decorre de uma pesquisa na forma de monografia e tem por objetivo analisar quais bibliografias sobre a diversidade de gêneros e sexualidades são propostas nos currículos de licenciaturas nas universidades federais do estado gaúcho. Para isso, estrutura-se uma pesquisa documental cujos dados são produzidos a partir das Propostas Pedagógicas Curriculares, com foco nos objetivos e bibliografias nas ementas de disciplinas. Assim, são estabelecidas análises qualitativas articuladas à proposta de um mapeamento que envolve 8 instituições públicas federais de ensino superior do Rio Grande do Sul, nas quais foram identificados 37 cursos em que se distribuem 39 disciplinas de caráter obrigatório que abordam a temática múltipla de gêneros e sexualidades. Como resultados apresentam-se as bibliografias norteadoras dos documentos analisados, onde se destacam as autorias de Guacira Lopes Louro, Tomaz Tadeu da Silva, Stuart Hall e Judith Butler. Constata-se ainda que as ementas que integram as análises revelam objetivos concatenados as literaturas específicas, o que corrobora com um bom embasamento curricular para o trabalho docente. Contudo, existem desafios e barreiras que o tema das multiplicidades de identidades enfrenta para chegar nas salas de aula, algumas ocasionadas devido relações de poder que atuam no território de disputa do currículo.
Referências
ARROYO, M. G. Outros sujeitos, outras pedagogias. Rio de Janeiro: Vozes, 2014.
BIEMBENGUT, M. S. Mapeamento na pesquisa educacional. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna, 2008.
BOURDIEU, P. A dominação masculina. Tradução de Maria Helena Kühner. 11. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012.
BRASIL, Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Resolução n. 2, de 1º de Julho de 2015. Define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior (cursos de licenciatura, cursos de formação pedagógica para graduados e cursos de segunda licenciatura) e para a formação continuada. Diário Oficial da União. Brasília, 2015.
BRASIL, Congresso Nacional. Projeto de Lei n. 627, de 12 de Fevereiro de 2019. Altera a Lei 7.716, de 5 de janeiro de 1989, para incluir na referida legislação os crimes de discriminação ou preconceito de orientação sexual e/ou identidade de gênero. Diário Oficial da União. Brasília, 2019.
BUTLER, J. O parentesco é sempre tido como heterossexual? Cadernos Pagu. n. 21, p. 219-260. 2003.
BUTLER, J. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. 8. ed. Tradução de Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015.
BUTLER, J. Judith Butler debate os problemas de gênero com Linn da Quebrada e Jup do Bairro [Entrevista disponibilizada em 22 de junho de 2021, no programa Transmissão do Canal Brasil]. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=DMge3Uc9sUs&ab_channel=CanalBrasil. Entrevista concedida a Linn da Quebrada e Jup do Bairro. Acesso em: 01 mar. 2022.
FERRAÇO, C. E. Possibilidades para entender o Currículo Escolar. Revista Pedagógica Pátio. ano 10, n. 37, p. 8-11, fev./abr. 2006.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
LIBÂNEO, J. C; OLIVEIRA; J. F. de; TOSCHI, M. S. Educação Escolar: Políticas, Estrutura e Organização. 10 ed. São Paulo: Cortez, 2012.
LOURO, G. L. Corpo, escola e identidade. Educação e Realidade. Porto Alegre, v. 25. n. 2. p. 59-76, jul./dez. 2000.
LOURO, G. L. Currículo Gêneor e sexualidade: o “normal”, o “diferente” e o “excêntrico”. In: LOURO, G. L; FELIPE, J; GOELLNER, S. V (Orgs.). Corpo, gênero e sexualidade: um debate contemporâneo na educação. 9. ed. Petrópolis: Vozes, 2013. p. 43-53.
LOURO, G. L. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. 16. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2014.
LOURO, G. L. Um corpo estranho: ensaios sobre sexualidade e teoria queer. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2015.
LÜDKE, M; ANDRÉ, M. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.
MOREIRA, A. F; SILVA, T. T. da. Currículo, Cultura e Sociedade. 10. ed. São Paulo: Cortez, 2008.
RIBEIRO, D. Lugar de fala. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.
SACRISTÁN, J. G. O que significa o currículo? In: SACRISTÁN, José Gimeno. (Org.). Saberes e incertezas sobre o currículo. Porto Alegre: Penso, 2013. p. 16-35.
SCOTT, J. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e Realidade. Porto Alegre, v. 20. n. 2. p. 71-99, jul./dez. 1995.
SILVA, T. T. da. A produção social da identidade e da diferença. SILVA, T. T. da (Org). Identidade e diferença: a perspectiva dos estudos culturais. 15. ed. Petrópolis: Vozes, 2014.
Copyright (c) 2022 Lucas José de Souza, Débora Ortiz de Leão
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
- Os autores mantém os direitos autorais e concedem à Revista ENSIN@ UFMS o direito de primeira publicação.
- Os autores podem entrar em acordos contratuais adicionais e separados para a distribuição não exclusiva da versão publicada do artigo (por exemplo, em um repositório institucional ou em um livro), seguindo os critérios da licença Creative Commons CC BY–NC–SA e um reconhecimento de sua publicação inicial na Revista Ensin@ UFMS.
- Os autores são permitidos e incentivados a distribuírem livremente os artigos publicados na Revista Ensin@ UFMS em suas páginas pessoais e em repositórios institucionais de divulgação científica, após a publicação, sem qualquer período de embargo.
A Revista ENSIN@ UFMS se reserva o direito de publicar os artigos em seu site ou por meio de cópia xerográfica, com a devida citação da fonte.
_(1)_(1).png)
_(1)1.png)
_(2).png)
.png){kind=logo}
_(1).png)
.jpg)
