Formação de Professores e Práticas Educativas: Experiência do Quilombo Pambu-Araçá

Resumo

Este texto é resultado de um estudo que busca compreender como a formação de professores pode contribuir para a implementação da Lei 10.639/2003 e para a construção de práticas pedagógicas antirracistas na EJA, em um contexto quilombola. O estudo parte da premissa de que a formação inicial de muitos professores não os prepara para lidar com as especificidades da EJA e com a temática das relações étnico-raciais. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, caracterizada como um relato de experiência, baseado nas vivências e reflexões de duas coordenadoras da Secretaria Municipal de Educação e de uma professora formadora, todas envolvidas no processo de formação. A escolha da abordagem qualitativa se justifica pela necessidade de compreender a complexidade do processo de formação, considerando as perspectivas e os significados atribuídos pelos participantes. O estudo utiliza diversas referências bibliográficas para fundamentar a discussão sobre a formação de professores, a educação antirracista e a identidade quilombola. Autores como Paulo Freire, Stuart Hall, Vieira Pinto, entre outros, são citados para embasar a análise dos resultados da pesquisa. Os instrumentos de coleta de dados foram observações, anotações de campo e reflexões sobre as interações e atividades realizadas durante o encontro formativo. A análise dos dados se baseia na interpretação das experiências e observações das pesquisadoras durante o encontro formativo, nas falas dos participantes e nas reflexões teóricas sobre a temática da pesquisa. O estudo conclui que a prática educativa realizada na Comunidade Quilombola de Pambu-Araçá representa um avanço na formação de professores para a EJA, destacando a importância da contextualização da formação nas realidades sociais e culturais específicas. A pesquisa evidencia a necessidade de fortalecer a identidade quilombola, combater o racismo e a discriminação, e promover uma educação mais justa e igualitária.