A AVALIAÇÃO DA PÓS-GRADUAÇÃO BRASILEIRA E A PRODUÇÃO DO CONSENSO ATIVO
Resumo
Este artigo tem como objetivo debater o processo de avaliação da pós-graduação brasileira, indicando o mesmo como uma das estratégias de consenso ativo no cenário acadêmico, e problematizar o papel destas avaliações na definição da qualidade dos programas nas instituições de ensino superior. Observa-se que a ênfase dada nas avaliações recai sobre os veículos onde
as produções são inseridas e a quantidade, em detrimento da qualidade. Paralelamente, para atender as demandas da atividade de pesquisa, reforça-se a hegemonia das pedagogias do aprender a aprender e o recuo da teoria. As implicações da lógica produtivista nas avaliações levam a definição de critérios para indicar a qualidade da pós-graduação baseados na quantidade de produtos que o docente produz em um determinado período. Consequentemente, professores de programas de pós-graduação em diversas áreas do conhecimento passam a seguir tais critérios, ainda que muitos sejam críticos a eles. Não obstante, o trabalho do professor perde seu potencial de elevação da individualidade e de objetivação do gênero humano, pois, se reduz ao cumprimento de metas e pontuação, e passa a ser considerado um castigo para aqueles que se submetem acriticamente à lógica capitalista da produtividade.